SOCIAL FUTEBOL CLUBE
TODA QUINTA FEIRA E DOMINGO, FORROZÃO POPULAR ÀS 18:30 HS |
---|
O Clube - Diretoria
RELAÇÃO DA DIRETORIA PARA O TRIÊNIO 2013/2015
PRESIDENTE – JOSÉ FRANCISCO DE CASTRO
VICE-PRES. ADMINISTRATIVO – JUSTINO DA SILVA DIAS
VICE-PRES. DE FINANÇAS – MAURÍCIO DOS SANTOS TESTONI
VICE-PRES. DE ESPORTES – WAGNER EDUARDO JACQUES
VICE-PRES. SOCIAL – ANDRE LUIZ DOMINGUEZ MARTIN
VICE-PRES. DO PARQUE AQUÁTICO - MAURO DA SILVA SILVEIRA
VICE-PRES. DE PATRIMÔNIO – ANTONIO CIPRIANI DE CARVALHO
DIRETOR JURÍDICO – NÃO DEFINIDO
DIRETOR ADMINISTRATIVO- WANDERLEY LUIZ DOS SANTOS
DIRETOR DE FINANÇAS – VALDIR ASSUNÇÃO JACQUES
DIRETOR DE ESPORTES – WESLEY BATISTA DA SILVA
DIRETOR PATRIMONIO JOSE CANDIDO DE PAIVA
DIRETOR SOCIAL - ADRIANO LEONARDO COSTA
DIRETORES P. AQUATICO - FABIO AUGUSTO E LUIZ CARLOS
Matérias antigas
Chico Explosão assume seu 2º mandato no Social
José Francisco de Castro, também conhecido como Chico Esplosão, reassumiu em janeiro p.p. seu segundo mandato para administrar o Xavante de Matosinhos por mais três anos (2007 a 2009). Após brilhante administração no período de 2004 a 2006, onde realizou várias obras de infra-estrutura, novos vestiários, reforma da piscina, inauguração do Bar Altair Guimarães e reforma da sede social, ainda teve folego para renegociar dívidas junto ao INSS de administrações anteriores.
PRESIDENTE - JOSÉ FRANCISCO DE CASTRO
VICE-PRES. ADMINISTRATIVO - LUIZ CARLOS CAMPOS
VICE-PRES. DE FINANÇAS - ROBERTO JOSÉ DA SILVA
VICE-PRES. DE ESPORTES - FÁBIO MÁRCIO NERY
VICE-PRES. SOCIAL – GERALDO S. CORRÊA NETO
VICE-PRES. DO PARQUE AQUÁTICO – DOMINGOS VENTURA ADDÁRIO
VICE-PRES. DE PATRIMÔNIO – GENTIL RODRIGUES DE RESENDE
VICE-PRES. DE SAUNA - ANTÔNIO CIPRIANI DE CARVALHO
VICE-PRES. DE OBRAS – ALMIR LACERDA
PRESIDENTE DE HONRA – INÁCIO RABELO GUEDES
SECRETÁRIO DA DIRETORIA – WALMIR LOMBELLO
DIRETOR DE FINANÇAS – DÊNIS ALVES SANTOS
DIRETOR DE ESPORTES – JUSTINO DA SILVA DIAS
SÉRGIO CAETANO DE SENA
GILSON DO CARMO NASCIMENTO
LUCIMAR ÉSSIO DOS SANTOS
JOSÉ CÂNDIDO DE PAIVA
DIRETOR ADMINISTRATIVO – HAMILTON CASSEMIRO FERREIRA
DIRETORA SOCIAL – LEILA ANDRADE
ALZÉLIA ZANETTI
REGINA LÚCIA CAMPOS
GERALDO SÁLVIO CAMPOS
DIRETOR DO PARQUE AQUÁTICO – JÃNIO FERNANDO SALOMÃO
JOSÉ ROBERTO ZIM
DIRETOR DE PATRIMÔNIO - MIGUEL LOPES DE BRITO
INÁCIO TRINDADE DE ABREU
DIRETO DE OBRAS - LUIZ INÁCIO GUEDES
ELI DE ANDRADE
MIGUEL MODESTO DOS SANTOS
DIRETOR JURÍDICO - CARLOS ALBERTO NERY
JOSÉ EGIDIO DE CARVALHO
FÁBIO AUGUSTO ALVES SANTOS
DIRETOR DEPARTAMENTO MÉDICO – AIRTON ZANETTI
DIRETO DE MARKETING – ROOSEVELT DE RESENDE
DIRETOR DE CAMPOS – JOSÉ DA SILVA ANDRADE
DIRETOR DE BAR – EDILSON ALVES DO NASCIMENTO
ÁTILA FERNANDO FERREIRA
DIRETOR DE BAILES – GERALDO APARECIDO LOPES
SAULO GIOVANI DO CARMO SILVA
DIRETOR GERAL – JOSÉ ALVES VIEIRA
SUPERVISOR – ISAIAS SIDNEY ANTÔNIO SANTOS
RELAÇÕES PÚBLICAS – JOSÉ MÁRIO DE ARAÚJO
MEMBROS DO CONSELHO DELIBERATIVO DO SOCIAL FUTEBOL CLUBE TRIÊNIO 2007/2009
- GUSTAVO SETTE DE RESENDE CAMPOS (PRESIDENTE)
- ANTÔNIO CIPRIANI CARVALHO
- GERALDO MARCOS DA SILVA
- VICENTE DE PAIVA AZEVEDO
- ANTÔNIO ILDO DE RESENDE
- JOSÉ DA SILVA ANDRADE
- DENIS ALVES SANTOS
- MAURICIO APARECIDO NASCIMENTO
- JOSÉ CLÁUDIO HENRIQUES
- MIGUEL LOPES DE BRITO
- ROOSEVELT DE RESENDE
- MÁRIO SANTANA NEVES
- JORGE RABELO DE CASTRO
- MARCELO DE CARVALHO SANTOS
- JOSEMAR DHEON SERPA
- LEILA ANDRADE
- JOSÉ TRINDADE MUNIZ
- SEBASTIÃO DE OLIVEIRA
- JOSÉ NEVES NASCIMENTO
- MÁRIO DAS MERCÊS BERNARDES
- ANA FÁTIMA SILVA SANTOS
- SANDRO EUSTÁQUIO DE FREITAS
- ALFREDO ANTÔNIO DA SILVEIRA
- DOMINGOS VENTURA ADDÁRIO
- JÂNIO FERNANDO SALOMÃO
- NÉLSON DOMINGOS DE ABREU
- JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA
- JOSÉ IBRAHIM EL CORAB FILHO
- JOÃO COSTA CARVALHO
VICE - JOSÉ EUSTÁQUIO FERREIRA DILÁSCIO
A HISTÓRIA DO CLUBE ATRAVÉS DE SEUS PRESIDENTES
“Escrever a história do Social F. Clube é aprofundar-se num tempo esquecido no passado. Amadurecido nas cabeças de José Nogueira, Inácio Rabelo Guedes, Domingos Cozza, Silvino Araujo, Sebastião Rabelo e Joaquim Zito de Souza, o Social tomou corpo e forma no dia 15 de setembro de 1939, data oficial de sua fundação. Tendo como padroeiro o Senhor Bom Jesus de Matosinhos, exaltado no dia 14 de Setembro, o Social, desde então, vem palmilhando sua trajetória com galhardia e altivez. Fundado no bairro considerado de baixa renda e de pequena população na época, estava destinado ao fracasso, assim como outros que o antecederam. Contrariando, porém, todos os prognósticos, o Social F. Clube encontrou em Dona Cotinha, genitora do Dr. Paulo Campos, uma ferrenha defensora dos ideais dos fundadores. Colocando à disposição do clube uma faixa de terreno de sua propriedade, para que nele se iniciasse, de modo concreto, a trajetória gloriosa do clube, Dona Cotinha lançava a semente do futebol “xavante”.” (ZANETTI NETO: 1989)
Xavante, em reconhecimento à garra, o amor, à camisa e a vontade férrea de vencer dos socialinos. O Social Futebol Clube, conhecido como "O Xavante de Matosinhos", denominação esta em homenagem a uma tribo indígena guerreira e persistente, tal qual a torcida do Social e daqueles que invergam e defendem as suas cores.
Foi seu primeiro presidente, Joaquim Zito de Souza, que no falar dos mais velhos, foi também o fanático chefe de torcida, o qual acompanhava o time aonde quer que ele fosse. Paralelamente à construção da sua sede social em 1948, o Social F. C. consagra-se campeão de São João del Rei, sendo este seu primeiro título oficial, tendo como presidente o Senhor José Pedro Henriques (1947-48). De 1948 a 1950 foi presidente do Social o fantástico e batalhador, Alcides Zanetti, que concluiu a sede social. Em 1951, o Social conquista pela segunda vez o título de campeão da cidade, sob a presidência de Enéas de Oliveira Morais (1950-53). Eleito no seu primeiro mandato (1950-51), através de voto à viva voz, em reunião do Conselho Deliberativo de 15/01/1950 e reeleito (1952-53) em reunião do Conselho, em 20/01/1952. Nesse período, o Social também foi campeão do “Torneio Dario Monteiro”, vice-campeão da cidade, nos segundos-quadros, e campeão do “Torneio Triangular Dr. Ivan de Andrade Reis”. Roberto José da Silva (1989) comenta em seu livro “O Social Futebol Clube” que na administração de Enéas Morais, o Social, representado pelo seu presidente, aceitou empreitar a construção do Grupo Escolar Tomé Portes del Rei, por interveniência do deputado são-joanense Dr. Mateus Salomé, o que não deu bom resultado, dado aos atrasos de pagamentos, advindos do estado de Minas Gerais. Em outubro de 1951, a família socialina enlutesse, morre Dona Cotinha. O clube sofre uma perda irreparável. Em 03/12/1952, por impossibilidade de continuarem ocupando os mais altos cargos do clube, Enéas e seu vice José Carlos Filho, pedem demissão. Em 17/12/1952, o Sr. Elpídio Lima, antigo chefe da Estação Ferroviária de Chagas Doria e presidente do Conselho Fiscal do Social, aprova as contas do Sr. Enéas, no período de 1950-52. Nesta Assembléia, nomeiam o Sr. José Narciso da Silva, para presidente, e Alcides Zanetti para vice, para cumprirem o restante do mandato de Enéas, e desde já os nomeia para o biênio 1954-55. Narciso e Alcides acabam ficando até 1957, nomeiados pela Assembléia de25/04/1956. Em 1955, o Social conquista o seu terceiro título de campeão de São João del Rei.
Em 24/05/1958, o Conselho expôs os seguintes débitos do clube:
Antônio Otoni Sobrinho..................CR$4.000,00 (construção da sede)
Paulo de Resende Campos...............CR$17.100,00 (aluguel do campo)
José Soares.......................................CR$1.091,00 (bebidas antigas)
Mário Rodrigues..............................CR$230,00 (tijolos)
Ademar Zerlotini.............................CR$320,00 (empréstimo bancário)
José Narciso....................................CR$4.888,00 (dívida antiga)
Alcides Zanetti...............................CR$13.118,00 (dívida antiga)
Os senhores Ademar Zerlotini e José Narciso cancelaram seus créditos com o clube, o que lhes valeram grandes elogios, bem como, elogios ao Sr. Vitório Zanetti, que ofereceu ao clube, um jogo de camisas de futebol.
Nesta mesma reunião foi consignado voto de pesar da família socialina pelo falecimento das seguintes pessoas:
Sr. Leoni Lombello; pai do conselheiro Sr. Humberto Lombello, Sr. Antônio André Vieira; ex-conselheiro, Srta. Marília; filha do secretário do conselho Sr. Antônio Lopes de Gouveia, Sr. Abelardo; pai do jogador de futebol Antônio Abelardo, à esposa do Sr. Palmiro Giarola, à cunhada do presidente José Narciso, Sr.Ângelo Zanetti, Sr. Liberato José dos Santos; ex-conselheiro.
De vice-presidente na administração anterior, o Sr. Alcides Zanetti torna presidente para o biênio 1958-60, através da Assembléia de25/05/1958 e em seguida para o biênio 1960-61. Portanto entre vice e presidência, o Sr. Alcides Zanetti, deu 15 anos de sua vida, dedicada ao Social, e continua até nos dias de hoje, nas arquibancadas dos estádios, torcendo para o Social.
Em 28/01/1962, o conselho elege para presidente, o comerciante Sr. José Garcia para o biênio 1962-63.
Em 10/05/1964, o conselho elege para presidente no biênio 1964-65 outro comerciante de renome em Matosinhos, Adenor Batista da Costa.
Em Assembléia Geral ocorrida a 06/01/1966, elege-se o novo conselho e nova diretoria do Social, tendo como presidente do conselho, o Sr. Paulo de Resende Campos e presidente executivo, o Sr. Jésus de Oliveira Morais.
Não por culpa do presidente Jesus de Oliveira Morais, mas a partir da sua administração, por contigências de época, o Social Futebol Clube vive um pesadelo em sua existência, que somado às ameaças da década de 50 está muito bem narrado, a seguir, por Zanetti Neto, em Jubileu de Ouro do Social Futebol Clube, 1989:
...após a conquista do título de 1955 e possuindo um forte plantel, o Social começa a sentir o poder econômico dos grandes rivais da época. Começa o aliciamento de seus atletas. São oferecidos objetos de valor aos atletas “xavantes” para se transferirem para outras equipes de nossa cidade e, numa época de difícil valorização de craques, esta oportunidade não poderia passar despercebida e, aos poucos, o Social, para desespero de seus abnegados Diretores: Major Pacheco, Sr. Adolfo, José Soares e outros, vê seus jovens craques envergarem outras camisas: Inácio, Tisca, Fundenga, Gaio, Waldemar, Tereré, Edson, Nortinho etc... Era precisso parar a máquina “xavante” e que outra coisa senão buscar aqueles craques que despontavam no futebol são-joanense? Não possuindo estrutura para enfrentar as investidas dos adversários, o Social se vê em sérias e terríveis dificuldades para armar um bom time para os próximos campeonatos. Os bens materiais e financeiros falavam mais alto. Já não bastava a força de vontade e o amor ao clube. Gerando uma crise interna, refletida necessariamente no esporte, o Social somente consegue caminhar tropegamente, para não sucumbir diante das adversidades que se lhe apresentam. Na década de 60, tenta uma solução que seria desastrosa: passa a ser um clube profissional. Após uma campanha que deixou o clube em más condições financeiras, que já não era boa e enfrentando uma difículdade terrível, o Social volta à sua humilde origem de amador. Já nesta época, em litígio com os herdeiros de Dona Cotinha e não possuindo nenhum documento que assegurasse a posse do seu campo, o Social perde na justiça e o campo é restituído aos seus donos. É solicitada uma licença à LMD por tempo indeterminado. Em 1968 [Assembléia de 16/05/1968], assume a Presidência do clube o jovem e então ex-atleta Gelson Rodrigues Vale. Era preciso conseguir outro terreno para se construir o campo de futebol, e sua primeira providência foi tornar isto possível. Entrando em contato imediatamente com os herdeiros de Dona Cotinha, inicia-se uma verdadeira maratona. Viagens, troca de cartas, conversas telefônicas, já que alguns herdeiros residiam fora de São João del Rei, dificultando assim as negociações. Propostas são feitas e desfeitas. O desânimo se apossa de todos, culminando com um golpe fatal: é loteado todo o terreno dos herdeiros, tendo a frente do loteamento o falecido Pedro Motta. Nesse período, faz se sentir a atuação do Dr. Paulo Campos, um dos herdeiros e Presidente do Conselho Deliberativo do clube. Sua ajuda foi fundamental para a solução do problema. Numa última tentativa, Gelson propõe ao dono do loteamento a permuta da sede social por um terreno para se construir o estádio. Pedro Motta, sentindo o drama do clube e amigo particular de Gelson, aceita a troca. E assim, em 1969, o Presidente Gelson entrega à família socialina a escritura do atual terreno onde está localizado todo o complexo esportivo-social do clube. Sempre lembrado e exaltado pela sua visão de grande presidente, Gelson deixa com dignidade, em 1969, a Presidência do Social F. C., na certeza de ter cumprido o seu mandato. De 1969 a 1975, o Social permanece inativo. Durante sete anos fica afastado das lides esportivas. Neste espaço de tempo é apenas uma recordação na mente dos socialinos. Em 1975, assume a Presidência do clube, que se encontrava em estado caótico, aquele que promoveria a ascensão do Social: Octávio de Almeida Neves, irmão do presidente Tancredo de Almeida Neves. Arrebanhando os mais ferrenhos socialinos e num esforço titânico, começa a construção do atual estádio: Cabe aqui lembrar o nome de José Cesário de Castro, diversas vezes Presidente do Conselho Deliberativo, que foi o responsável pelo muramento do estádio, pois o mesmo era somente uma área aberta. Graças ao Sr. José Cesário, foram feitas as placas de cimento e consequentemente o estádio foi fechado, mesmo enfrentando as mais árduas dificuldades, José Cesário, com firmeza e garra que caracteriza a família socialina, sobrepujou a tudo e a todos conseguindo o seu objetivo. Em 1976, o Social, devidamente reintegrado e legalizado junto a LMD, está apto para retornar ao cenário esportivo. É marcada a inauguração do novo estádio: 20 de junho de 1976. Social x Minas, jogo válido pelo campeonato da cidade, será a partida que inaugurará o estádio. O coração xavante bate forte. É o retorno do clube ao esporte são-joanense. A família socialina chora e vibra de emoção. E as comemorações? E o jogo? Pela manhã, é celebrada a Santa Missa em Ação de Graças. Bênção das novas instalações e do estádio. Tudo é festa. Abraços, agradecimentos, confraternização, lágrimas, tudo se mistura naquele dia. Octávio Neves, impassível, sereno e com toda humildade que sempre demonstrou durante sua gestão, aceitava os cumprimentos, debitando à sua Diretoria e amigos a grande realização. As solenidades prosseguiam em tom alegre e festivo, mas os pensamentos estavam voltados para o jogo da tarde. Às quinze horas e trinta minutos o juiz dá o apito inicial. É inacreditável. Mas lá estava novamente o Social a lutar em campo. Onze atletas honrando a camisa ”xavante”, renascendo para a posteridade. São eles: Paulo Aurélio, César (Abacate), Toninho (Bota Ovo) Bosco, Caxumba, Zé Antônio, Vicentinho, Jorge Rabelo, Lula e Jorginho. E mais: José Luís, José Espanhol e Gatinho.
O estádio, completamente tomado, vibrava com o jogo, um clássico para comemorar o acontecimento. Movido pela sua galera, o Social F. Clube consegue expressiva vitória sobre o co-irmão Minas F. C., pelo placar de 2 x 0, dois belos gols de Jorge Rabelo. Era o retorno glorioso do Social F. C.
O terreno para a permuta com a sede social anteriormente mencionado era de propriedade dos herdeiros, que acabaram ajudando e contribuindo na transação, e acabou se dando da seguinte forma: o terreno foi avaliado no ano de 1968 em NCr$12.000,00 (doze mil cruzeiros novos), sendo 5 mil de entrada e o restante financiado em 2 anos
“Na reunião do conselho realizada em 05/06/1969, o presidente Gelson Vale disse que a entrada de 5 mil cruzeiros novos já tinha sido dada, graças a ajuda importantíssima dos socialinos, que acreditaram e compraram títulos do clube e o restante, corrigido pela inflação, que já estava em 10 mil cruzeiros novos teriam que ser pagos, vendendo a sede social. Com a aprovação da venda da sede pelo conselho, no valor de NCr$14.000,00 (quatorze mil cruzeiros novos). Vendida a sede, o Sr. Gelson Vale prestou contas, em reunião de 15/03/1970, passando às mãos do novo presidente eleito, Sr. Jorge Salomão, a escritura do terreno já todo pago, a relação dos bens patrimoniais do clube, e saldo em caixa, na presença do conselheiro Adelmo Ferreira, que confirmou a exatidão dos referidos documentos.” (SILVA: 1989, p. 19)
Para o biênio 1970-71, foi eleito presidente do Social o Sr. Antônio Augusto da Silva Neto.
Em 02/06/1972, o conselho, sob a presidência do Sr. José Cesário de Castro, deu posse ao novo presidente eleito, Sr. Armênio Reis, que renunciou em 13/02/1973, alegando motivos particulares. Nesta mesma reunião, após ter sido aceito o pedido de demissão, o Sr. José Nogueira indicou o nome dos senhores José Luiz Baccarini para presidente e Wainer de Carvalho Ávila para vice, para o resto do mandato de 1973 e para o biênio 1974-75, o que foi aprovado pela Assembléia.
Em 20/04/1975, em sua sede social, à Av. Josué de Queiroz, 151 (Cine Arthur Azevedo), sob a presidência do Sr. José Cesário de Castro, elegeu-se para presidir o clube, para o biênio 1975-76, o Sr. Otávio de Almeida Neves, e para vice o Sr. José Nogueira.
Em Assembléia do dia 13/02/1977, foram eleitos para presidente, o Sr. Érico Siqueira, e para vice o Sr. José Nogueira. Neste dia foi prestada uma homenagem póstuma ao Sr. Paulo Agostini, grande colaborador do Social. Em 1978, o Social conquista o vice campeonato da cidade, por incrível que pareça, perdendo somente a última partida para o seu maior rival, o Atlhetic. Mas, com praticamente o mesmo plantel, no ano seguinte o Social conquista o campeonato de futebol da cidade.
Em Assembléia do dia 07/12/1979, foram eleitos para o biênio 1980-81, o Sr. José Nogueira, para presidente e para vice, os senhores: Gentil Rodrigues de Resende e José dos Santos Zanetti. José Nogueira, um dos fundadores do Social F. C., tido por muitos, ao lado de Alcides Zanetti, um dos melhores presidentes que o clube conheceu. Sua administração seria coroada de êxito e marcada por duas soberbas obras: Sede Social, inaugurada a 15 de setembro de 1979, e o Parque Aquático em 14 de janeiro de 1984. Esses dois patrimônios são responsáveis pela volta da saúde financeira do clube, com aumento do quadro de associados e arrecadações avulsas. Na inauguração da nova sede, comemorando os 40 anos do clube, velhos e novos atletas se encontram, para as festividades e recebimento de medalhas, entre eles, o veterano Edson, que defendeu o Fluminense do Rio de Janeiro e Seleção Brasileira. Aliás, é de grande orgulho para os são-joanenses, em especial para os socialinos, a existência de dois craques que vestiram a camisa da seleção brasileira de futebol, ambos saídos do Social. Além de Edson, também Cláudio Caçapa, que se transferiu diretamente do Social, para o Atlético Mineiro e, em seguida, para ser campeão francês pelo Lyon da França, no ano de 2002.
Em Assembléia do dia 16/05/1982, reelegeu-se para o biênio 1982-83, a chapa do Sr. José Nogueira. Em Assembléia do dia 17/06/1984, tornou a se reeleger para o biênio 1984-85, a chapa do Sr. José Nogueira.
Em Assembléia do dia 20/04/1986, realizou-se eleição para o biênio 1986-87, com duas chapas concorrentes, sendo a chapa nº 1, composta por José Nogueira, Maurício Fazzion e Osvaldo Silveira. A chapa nº 2 foi composta por Carlos Alberto Nery, Newton Sales Borges e José Rabelo de Castro. Saiu vencedora a chapa nº 2. Carlos Alberto Nery, dinâmico e brilhante advogado em nossa cidade, juntamente com seus dois vice-Presidentes: Newton Sales e José Rabelo de Castro, cuja administração revolucionaria o Social e o futebol local. Foi, sem dúvida, uma das mais concorridas eleições que o clube já viu, 518 sócios se comprimiam no salão da sede social para exercer seu direito de votar. Ao final da contagem dos votos, saiu vitoriosa a chapa de Carlos Alberto Nery, com 275 votos, tendo a chapa oponente 243 votos. Empossada no dia 24 de abril, a nova diretoria se desdobrou em reestruturar todos os departamentos, para se fazer uma boa administração. Todo o patrimônio foi vistoriado e muitas reformas tiveram seu início imediatamente. A entrada do estádio recebeu piso de “bloquete”, foi construído um novo bar, atendendo simultaneamente sede, campo e piscina, o conhecido tri-bar. Todo o sistema hidráulico e elétrico recebeu melhoria. Os vestuários da parte esportiva receberam piso de borracha e nova pintura. A parte social recebeu um impulso jamais visto no clube. Eram promovidos bailes alusivos a dias especiais: Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Aniversário do Clube etc. Surge a expansão do quadro social, em convênio com a firma Sorirama Empreendimentos de Campinas - SP. Em 1987, é montado um grande plantel com excelentes craques e por essas fatalidades do destino o time não conquista o título de 1987, sofrendo apenas três gols durante o campeonato.
No dia 21 de novembro de 1987, mais uma vez, a tristeza se abate sobre a família socialina: falece o ex-presidente e fundador José Nogueira. No dia 22, o Social iria enfrentar, em sua fase final o América R. F.. Os atletas, sentindo o ambiente triste pelo passamento de José Nogueira, entram em campo dispostos a render-lhe uma última homenagem. Conseguem uma expressiva vitória sobre o seu oponente por 2 x 0, dedicando ao ex-presidente José Nogueira esta vitória como uma recompensa por seu amor e trabalho ao Social F. Clube.
No ano de 1988, em que tiveram início as comemorações do JUBILEU DE OURO, foi iniciada a construção do primeiro lance de arquibancada, um velho sonho da família socialina e que se tornou realidade após cinqüenta anos de muita luta e sacrifício. Dotada de uma estrutura supermoderna, a arquibancada, com cem metros de extensão e cinco degraus, é sem dúvida, a maior conquista e o ápice da administração de Carlos Alberto Nery. Como se tudo isso não bastasse, foi substituída também a velha iluminação de lâmpada mista por outra moderna de lâmpada a vapor de mercúrio de 1.000 watts, bem como os postes de concreto por torres de estrutura metálica de dezessete metros de altura cada uma. E no dia 30 de novembro de 1988, o Estádio Paulo Campos reabriu seus portões ao público são-joanense para inauguração do primeiro lance de arquibancada e da nova iluminação, culminando com a entrega de faixas aos Campeões Invictos de 1988, num jogo sensacional com a equipe de profissionais do Tupi E. C. de Juiz de Fora. Estava realizada e consagrada a grande administração do Presidente Carlos Alberto Nery.
Em Assembléia do dia 11/12/1988, realizaram-se novas eleições, para o período de 12/12/1988 a 12/12/1991. Disputaram as chapas: “Invicta”, encabeçada por Gentil Rodrigues; “Azul”, encabeçada pelo Sr. Celso Novais. Saiu vitoriosa a chapa Invicta, com 161 votos, contra 94. Novamente, a família socialina deu uma lição de democracia e civismo. Num ambiente calmo e tranqüilo, as eleições transcorreram normalmente, desde a abertura, às 8h até o seu encerramento às 15h. A nova administração, logo no seu início, deu mostras de sua vontade em trabalhar para o Social F. Clube. Começou pela reforma total do alambrado do estádio e pintura do mesmo; construção de um W. C. no estádio, cobertura da entrada da sede, construção de uma passarela de concreto em volta do estádio, reforma da piscina e dos filtros, compra de aparelhos para aguar o campo, construção e reforma do passeio em frente ao estádio e sede, e pintura de toda a frente do patrimônio do clube.
Em Assembléia do dia 08/12/1991, realizaram-se novas eleições, para o triênio 92/93/94. Duas chapas concorreram: novamente a chapa “Invicta”, encabeçada pó Gentil Rodrigues e a chapa “A Hora do Arranco II”, encabeçada por Carlos Alberto Nery. Saiu vitoriosa mais uma vez, a chapa Invicta.
Em Assembléia do dia 08/01/1995, realizaram-se eleições, para o triênio 95/96/97. Duas chapas concorreram: a chapa “Você Decide”, encabeçada por Carlos Alberto Nery e a chapa “Invicta”, encabeçada desta vez, pelo presidente do Conselho Deliberativo, Mahatma Gandy Câmara. Saiu vitoriosa a chapa Invicta.
Em Assembléia do dia 11/01/1998, realizaram-se eleições, para o triênio 98/99/2000. Duas chapas concorreram: O grupo “Pró Social”, encabeçada por José Cláudio Henriques e a chapa “Recondução”, encabeçada por Gentil Rodrigues de Resende. Saiu vitoriosa a chapa Recondução.
Em Assembléia do dia 14/01/2001, realizaram-se eleições, para o triênio 2001/02/2003. Duas chapas concorreram: a chapa “Recondução”, encabeçada por Gentil Rodrigues e a chapa encabeçada por José Francisco de Castro. Mais uma vez a chapa Recondução foi a vencedora. A relação completa dos presidentes do Social esta no Anexo VIII.
UM POUCO DA HISTÓRIA DO HINO DO SOCIAL FUTEBOL CLUBE
Zanetti Neto (1989) descreveu:
“...Despertado pelo amor e curiosidade que sempre senti pelo Social F. C., procurei, desde meu ingresso no clube, averiguar a existência ou não do hino oficial do clube. Minhas pesquisas junto aos mais antigos e tradicionais “xavantes”, já que não existia nenhum documento a respeito, trouxeram à luz fragmentos de um antigo hino, mas, por mais que investigasse, não consegui provas autênticas de sua existência.
E assim, no dia 8 de janeiro de 1983, foi apresentado, em reunião, o novo hino do Social, com nova música, aproveitando a antiga letra, hino que foi aprovado por unanimidade, conforme consta no livro de Atas arquivado no clube.
A letra do hino eu a consegui graças a um antigo convite de baile que estava de posse do Sr. Álvaro José de Souza, antigo colaborador do clube, que gentilmente cedeu o convite para a divulgação da letra.
A primeira execução oficial do hino se deu no dia 14 de janeiro de 1984, quando da inauguração do Parque Aquático “José Nogueira”.
Cabe aqui uma sincera homenagem póstuma ao saudoso e exímio músico Francisco Mangabeira da Silva, que foi o autor dos arranjos musicais.
Que todo socialino, ao cantar o hino do Social, se encha de orgulho e que seu coração se rejubile nos doces e melodiosos acordes, demonstrando sua paixão e vaidade em ser “XAVANTE”, que pulsa no peito um coração BRANCO, AZUL E AMARELO.” (p. 9)
HINO DO SOCIAL FUTEBOL CLUBE
Letra: Gustavo Campos
Música: Alberico Zanetti Neto
Avante Social,
Clube do meu coração!
Avante Social,
Tens fibra de campeão
Oh! Salve Social,
Tua glória é lutar
Lutar sempre jovial,
Com forças prá triunfar!
O nosso clube de Matosinhos,
Clube da força de vontade,
Tem por lema em seus caminhos
Disciplina, amor e amizade
Pela vitória do esporte
E da raça o engrandecer
O Social porfiará forte
Resoluto, sem esmorecer
Os socialinos, com razão,
Chamam seu clube varonil
Orgulho da nossa São João,
Pela grandeza do Brasil!
No Anexo IX pode ser encontrada a melodia oficial do hino do Social Futebol Clube
A ESCOLA DE SAMBA GIRASSOL
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Girassol foi fundado em 04/07/1982, por José Mário Araújo, Ademir José de Souza, Inácio Abreu, José Luiz Bassi, Domingos Ventura Adário, Edgar Pereira e José Magno Nery. Posteriormente, tiveram a importante colaboração de Napoleão, Altivo Berg, João Bosco Alvim e do velho Jeromim. Registrado no Cartório de Títulos e Documentos da Comarca de São João del Rei, no livro A-2, às fls. 250, sob o nº 522, datado de 19/09/1985, e publicado no Jornal Minas Gerais de 08/08/1985. Teve seus estatutos registrados no livro A-2, às fls. 250, sob o nº 521, datado de 19/09/1985. Foi reconhecido de utilidade pública pela Lei Municipal nº 2.194 de 19/09/1985.
A Escola de Samba Girassol desfilou pela primeira vez, no carnaval de 1983, com o enredo “OURO É O QUE VALE OURO”, baseado na obra da literatura infantil de F. Acquarone: “O Gigante Brasil e Seus Tesouros”. A história conta que: num acampamento de escoteiros, três garotos conversavam animadamente ao redor de uma fogueira e de repente surge a figura de um enorme índio, com semblante atraente, que dizia chamar-se BRASIL e possuir muitas riquezas.
No carnaval de 1984, o tema foi “A DIVINA ARTE DE TALMA NOS PALCOS DAQUI”. A arte teatral é conhecida também como a ARTE DE TALMA, porque Talma foi a primeira grande personalidade na arte cênica quando o teatro começava a se desenvolver na antiguidade.
Do mesmo modo, São João del Rei pode se ufanar de ter sido o berço das artes em geral nessas Minas Gerais, pois, em 1782, nos registros da municipalidade, já se fazia referência à Casa da Ópera, inaugurada não se sabe quando.
Assim, a Escola de Samba Girassol de Matosinhos levou para o palco do nosso carnaval o que há de mais marcante ocorrido em mais de dois séculos, um tributo a todos que, de uma forma ou de outra, no amadorismo e até mesmo no anonimato, só fizeram engrandecer a querida São João del Rei.
O objetivo é destantar coisas daqui de nossa terra, tentar fazer despertar, principalmente nas crianças, o gosto pelas artes para que Del Rei continue sendo reduto de artistas. Houve apresentação em quatro fases distintas:
1 - Casa da Ópera até a construção do Teatro Municipal
2 - Clube Teatral Artur Azevedo
3 - Tunis - Teatro Universitário São-joanense
4 - Apoteose aos artistas de teatro são-joanense
PRIMEIRA PARTE:
A Casa da Ópera, primeiro local para apresentações artísticas, situava-se, descendo o Lenheiro, à margem direita perto da ponte do Rosário. O primeiro espetáculo montado por amadores foi a tragédia de INEZ DE CASTRO, aquela que foi rainha depois de morta. Nos fins do século XIX, foi construído o Teatro Municipal, através de um empréstimo particular subscrito por são-joanenses amantes de teatro. Após diversas reformas, esse teatro vem sendo utilizado até hoje e é nossa principal casa de espetáculos. Havia o salão de Festas do Hotel Oeste, perto do Teatro Municipal, onde se promoviam sempre saraus com programações variadas, desde música erudita até números de mágicas. Era ponto de encontro, pois todos se dirigiam para lá, já que os artistas de fora se hospedavam ali. A chegada de companhias teatrais na Estrada de Ferro Oeste de Minas era uma festa, banda de música, flores e meninas-moças. Um vai-e-vem incessante
SEGUNDA PARTE:
É fundado o Clube Teatral Artur Azevedo por um grupo de meninos, corporação tradicional responsável por lindos espetáculos. Comédias, revistas e dramas. Eram as revistas Tim Tim por Tim Tim, The Gold Of Brugudum (O ouro do Brugudum), São João del Rei Musicada, Falada e Sincronizada, montagem magnífica dos casos e tipos daquela época. Mas foi, talvez, o drama A Morgadinha de Val-Flor a peça que mais vezes foi encenada. Tinha sempre a lotação esgotada, e a platéia se comovia muito, já que eram exploradas as diferenças sociais
TERCEIRA PARTE:
Jovens com passagem pelo Clube Artur Azevedo começam a criar grupos artísticos como Os Jograis, Grêmio Teatral da Escola Tiradentes e, finalmente, o TUNIS - Teatro Universitário São-joanense que, partindo de um firme ideal, vai triunfando e glórias acumulando. Primeiro lugar no Festival Brasileiro de Teatro Universitário com a peça Morte e Vida Severina. Temporada de sucesso com Tunis Conta Zumbi, peça mostrando a luta de escravos para terem também um lugar ao sol, tudo com raízes da autêntica cultura negra
QUARTA PARTE:
A Arte de TALMA é imortal, o aplauso final é o coroamento do artista. Isto que o impele para frente. Não se pode parar porque o espírito tem sede de tudo. Aprender, conhecer e principalmente ensinar. São estrelas que não se apagam e brilham para sempre na memória de todos. Quando se está representando, vai-se deixando o estado d’alma. A cada instante são transmitidas a espiritualidade e graça de sua marcada sensibilidade
No carnaval de 1985, com “O OUTRO LADO DO SEGREDO”, a Girassol foi buscar seu enredo na tradição popular que, sem base histórica, acaba se tornando lenda. É um caso contado de pai para filho, de boca em boca, e assim chegou aos dias atuais. Fala de uma jovem escrava que outrora abalou as bases de uma sólida e opulenta família em São João del Rei. Rogério, senhor rico e dono de muitos escravos, logo se viu envolvido pelos encantos e meiguice de Julieta, a nova escrava. Com Dona Jacinta, esposa dele, deu-se ao contrário e, moída de ciúmes, procurou desfazer-se da escrava. Não conseguiu, já que o marido não permitiu. Aparentemente, a esposa mudou de atitude sendo mais atenciosa com o marido como se competisse com Julieta. No aniversário dele, fez um picadinho de coração, temperado como ele gostava, e ele comeu como nunca. Sim, era o coração da escrava predileta de seu marido. Tudo fora feito juntamente com o Bento, encarregado da escravaria. Foi num matagal próximo, peito aberto ainda viva e palpitando, o coração foi retirado. Os outros escravos viram quando os três foram para o matagal e somente Julieta não voltou. Indagado, Bento disse que era segredo e pagaria com a vida se contasse a verdade. Os escravos então passaram a se referir ao local como o “Segredo” e o nome até hoje se conserva.
Tudo leva a crer que o motivo do crime poderia ter sido outro. A verdade poderia estar ainda envolta em espessas nuvens. Escravo era considerado utensílio, peça integrante do patrimônio familiar e por isso mesmo era comum o envolvimento entre o “Sinhô” e escravas. A sociedade aceitava este comportamento e isto só não seria motivo suficiente para o crime. É de se imaginar que a bela mulatinha estaria conseguindo regalias e privilégios para si e conseqüentemente para toda a escravaria. Estaria assim se tornando um mau exemplo e por que não um incentivo à inversão da ordem estabelecida a favor da manutenção da escravatura. O Congado, que pouco a pouco entrou para o folclore brasileiro, era uma festa dos escravos para lembrar a luta da Raínha Cinga e seus guerreiros contra a invasão portuguesa na África que era chamada pelos negros de Aruandá. Era uma maneira de não perderem o ideal de libertação. Bem que a jovem escrava já poderia ter representado esta rainha nesta festa. Talvez o “Sinhô” da casa grande já estivesse freqüentando a senzala, interessando-se pelos rituais religiosos, costumes e tradições dos negros, aprendendo que Obatalá é um Deus na religião dos negros. Quem sabe até mesmo incentivando tudo a respeito da arte negra como tapeçaria, rendas e artesanato em metais. Pode-se imaginar que a “sinhá” fora induzida inocentemente por outros a eliminar aquela ameaça como se sua família pudesse ser desfeita. Afinal, havia uma resistência muito grande contra a libertação dos negros. A idéia poderia ter vindo com aqueles que prá cá vinham atraídos pela mineração, pelo movimento musical e cultural. Enfim, pode ser que este seja o grande segredo da eliminação daquela que talvez tenha escolhido o amor, o bem-querer como arma para ajudar seu sofrido povo nagô.
No carnaval de 1986, o tema foi “TUXAUÁ CONTA O NASCIMENTO DO RIO AMAZONAS”. Também tem por base uma lenda: Diz-se que há muitos anos atrás, a Lua era noiva do Sol, que com ela queria casar-se. Embora fosse ardente o amor entre eles, havia uma impossibilidade nessa união: o amor ardente do Sol queimaria o mundo, e a Lua, mesmo que tentando apagar com suas lágrimas, não conseguiria, pois estas seriam evaporadas. Por isso, não puderam se casar. A separação trouxe tanta mágoa à Lua, que esta chorou convulsivamente, dia e noite, e suas lágrimas correram por sobre a terra até o mar. Foram as lágrimas da Lua que deram origem ao Rio Amazonas. A Escola de Samba Girassol explorou, através desta lenda: a Fauna, a Flora e os costumes da Amazônia.
Não houve desfile de Escolas de Samba no centro da cidade em 1987, porque o prefeito municipal alegou falta de verba, assim a Escola de Samba Girassol desfilou, apenas no bairro de Matosinhos, Avenida Josué de Queiroz, com o Enredo “O DRAGÃO DA INFLAÇÃO”, de autoria de Ademir de Souza. Infelizmente o samba-enredo deste ano se perdeu já que, não foram impressos folhetos.
No carnaval de 1988, a Escola de Samba Girassol apresentou o seu enredo objetivando lançar um brado de alerta. A escola tentou com isso atingir a sensibilidade de todos, fazendo com que nossa advertência não seja em vão e que cada bicho-homem pense e reflita sobre este nosso recado: “Cuide da natureza antes que seja tarde demais”. A denominação do enredo foi: “CADÊ A NATUREZA QUE TAVA AQUI?”
Joaquim Zito de Souza, de saudossísima memória, tem destaque neste enredo. Foi uma figura bastante conhecida em toda São João del Rei, principalmente no bairro de Matosinhos, onde sempre residiu, deixando conhecidos descendentes. Com suas frases de efeito, marcava sempre sua presença; era mestre em arranjar um provérbio oportuno para as mais variadas ocasiões. Apesar de exímio “caçador de onças”, posicionava-se contrário a tudo que afetasse a ecologia. Eis, portanto, a razão da homenagem a essa figura querida do bairro.
No carnaval de 1989 o tema foi “CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO ITALIANA”. Em meados do século XIX, a Itália recém-liberta tinha terríveis problemas sócio-econômicos e o desentrosamento entre suas regiões era marcante.
O Governo Italiano, após 1870, tentou promover o comércio e a indústria, mas a Itália, com seus trinta milhões de habitantes, era bastante pobre e a produção nacional presa somente às raízes agrícolas. O número de pessoas que viviam em dificuldades era tão grande que a necessidade de emigração tornou-se vital. No Brasil, a falta de mão-de-obra tornara-se agudo, principalmente depois da abolição do tráfego de escravos, em 1850. A abolição da escravatura em 1888 motivou a vinda dos italianos para ao Brasil. Em São João del Rei, os primeiros colonos foram instalados na região da Colônia do Marçal.
No carnaval de 1990, o tema foi “CARNAVAL DOS CARNAVAIS” com base no roteiro: Palhaços, Pierrôs e Colombinas. A Girassol desceu a avenida mostrando o antigo carnaval, o carnaval dos mascarados, dos lança-perfumes, confetes e serpentinas.
Este ano não mostrou apenas o Rosa e Branco, coloriu a avenida, homenageando o vermelho e branco do bloco carnavalesco Cordão Encarnado, o preto e branco da Escola de Samba Papillon, o azul e branco da Unidos do Bonfim e sem deixar de falar do coração verde e branco do bloco Bem-Me-Quer.
Batalhas de confetes e serpentinas e dos bailes de máscaras, mostrando também o coreto do início da avenida, o Taco de Ouro (casa de jogos de bilhar) e a União Sírio Libanês (casa de danças) que hoje já não existem mais, mas que trazem grandes recordações aos são-joanenses.
No carnaval de 1991, o tema foi “ALÉM DO HORIZONTE”, que com um romantismo especial detacava a beleza e a pureza da natureza: “É grande o folclore que se cria com o belo Arco-Íris, inspirador para todas as imaginações, cruzando o horizonte perdido, mas diante de nossa visão. Ali, onde o sol se esconde, para a lua poder nascer, atrás de um morro que alimentado de seus raios luminosos faz crescer o mais belo jardim de Girassóis. Estes voltados para a colorida auréola do mundo, o Arco-Íris que marca grandiosamente a passagem para a fonte da juventude. Um delicioso paraíso que só se vê com o coração, espalhando para o mundo as cores da emoção. Mas a estória não pára por aqui, porque é grande a inspiração. Só cruzando um Arco-íris nos trará a solução. Lá, o mundo é diferente, parece de algodão, todo mundo é soberano apenas por satisfação. Suas casas são palácios com lustres de cristal, e os tapetes são macios como a nuvem lá no céu. As crianças são felizes como estrelas brilhando na imensidão: rodam, brincam e sonham. Não conhecem o bicho-papão. As moças como flores, cada uma especial, se você quer Amor-Perfeito, é só colher no quintal.”
No carnaval de 1992, o tema foi “ENREDO: TUTTI FRUTI NACIONAL”. O Brasil é um país rico em folclore e neste ano a Escola de Samba Girassol levou para a avenida um pouco dele. Sim, um pouco porque muito se poderia mostrar dessas riquezas, mas, por “motivos contrários aos nossos anseios”, limitou-se a retratar neste teatro carnavalesco o que considerou essencial para a melhor assimilação deste show. Os desfiles contaram um pouco de cada região, cada qual com seu costume e folclore.
No carnaval de 1997, de uma forma inédita até então, a Diretoria da Girassol abriu concurso para escolha do Enredo 97, que realizou-se no dia 31/11/96, no Bar Quintal Del Rei, localizado na Avenida Sete de Setembro, em Matosinhos. Foram apresentados três temas:
- Thotitan - De tomé Portes a Tancredo Neves. Autoria de José Cláudio Henriques.
- Em Busca da Identidade Perdida, Matosinhos de Ontem, Presente na Memória e no carnaval de Hoje. Autoria de Luthero Castorino.
- Maria Angélica de Sá Meneses, a Formosura de Matosinhos. Autoria de José Cláudio Henriques.
Por decisão unanime foi escolhido o tema-enredo “THOTITAN”. Por acreditar que São João del Rei sempre contribuiu com grandes personalidades para a formação do Brasil e pelo fato de eles não serem lembrados para a maior festa do povo brasileiro, o carnaval. “THOTITAN” presta uma homenagem a três grandes imortais são-joanenses, que coincidentemente tem a primeira letra de seus nomes começando com a mesma latra: Tiradentes e Tancredo, ambos faleceram no mesmo dia, 21 de abril, e Tomé Portes, apesar de nascer Taubateano (SP), foi o fundador de São João del Rei. Tiradentes lutou pela nossa liberdade, através da Inconfidência Mineira, e é intitulado hoje o mártir do Brasil. Tancredo Neves lutou por uma nova república a ponto de ser eleito Presidente do Brasil. O tema foi apresentado em três partes, assim distribuídas:
A) CHEGADA DE TOMÉ PORTES: Em 1701, o bravo bandeirante chegou na região do bairro de Matosinhos e se instalou na localidade da atual Ponte do Porto, elegantemente chamada de Porto Real da Passagem, já que era caminho controlado por concessão real. Ali, ele criou o primeiro povoado da região e por isso é tido como o fundador da cidade de São João del Rei.
B) A LUTA DE TIRADENTES PELA NOSSA LIBERDADE: A Inconfidência Mineira, cujos principais objetivos eram livrar nossos conterrâneos do pagamento de elevados impostos a favor da coroa portuguesa e tornar nosso país independente de Portugal, teve um mártir que se chamou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Tiradentes foi o primeiro dos Inconfidentes a ser preso por ser o homem de frente do movimento que começou em 1789 e teve seu ponto mais trágico no dia 21 de abril de 1792, com o enforcamento e morte na cidade do Rio de Janeiro. Trinta e três anos após, um dos ideais dos Inconfidentes, que era a libertação do Brasil de Portugal, foi atendido, exatamente por um grande português, Dom Pedro I (intitulado como Dom Pedro IV em Portugal), que deu o grito de independência ou morte.
C) A NOVA REPÚBLICA DE TANCREDO NEVES: Doutor Tancredo de Almeida Neves, homem de rara inteligência, lealdade e coerência, articulista de mão cheia, passou todo o tempo do regime militar lutando pela democracia. Homem que experimentou todos os cargos políticos da nação e mais o de Primeiro Ministro do regime parlamentar. Foi Ministro da Justiça no governo Getúlio Vargas, gorvernador e senador por Minas Gerais, deputado federal por várias legislaturas e além de tudo era muito querido e respeitado pelos homens públicos do Brasil. Seu ideal era criar uma república soberana, respeitada, sem corrupção e impunidade. Morreu no mesmo dia e mês do seu conterrâneo Tiradentes, pronunciando o nome de São João del Rei, sem ter conseguido tomar posse no cargo de Presidente da República Federativa do Brasil
No carnaval 2000, o tema-enredo foi: “EM BUSCA DA IDENTIDADE PERDIDA”. O GRES Girassol apresentou o passado, o presente e o futuro do bairro de Matosinhos. Representando o passado levou como abre-alas, o carro alegórico com o Pavilhão de Matosinhos. Estiveram também na avenida, a ala de índios e africanos, que participaram da história do bairro de Matosinhos, a ala do “Capão da Traição”, relembrando a Guerra dos Emboabas, a qual tem história também em Matosinhos, a ala Área Verde, para confrontar com o que os invasores e destruidores fizeram com o bairro de Matosinhos, relembrando assim a identidade perdida. A bateria relembrou a fama do Jubileu de Bom Jesus de Matosinhos e logo a seguir, também estava presente a ala do Divino.
Também em 1881, inaugurava-se a Estrada de Ferro Oeste de Minas, cujo ramal vinha de Antônio Carlos, passando por Matosinhos, onde foi construída a estação de Chagas Dória. É disto que se tratou o segundo carro alegórico: a Deusa Ceres, a Maria Fumaça e a estação de Chagas Dória. Atrás desse carro, vinha a ala do Piuí. As baianas apresentaram a fartura, a dança e crenças. Com a evolução do bairro, Matosinhos contribuiu em muito com o desenvolvimento econômico da cidade, principalmente através do comércio: daí, a ala do Comércio. A educação também foi lembrada, representada por todas as escolas que buscam, através do ensino, engrandecer e levar a cultura para a nossa população. O mesmo aconteceu com o esporte: “Se esporte é saúde, nosso bairro está representado por vários clubes.”
Tudo isso não poderia ser mostrado, se não tivessem existido os primeiros carnavalescos do bairro, através do bloco Aldeia Africana, da Vila Santa Terezinha e o bloco carnavalesco Chagas Dória. Para fechar o desfile, o terceiro carro alegórico, representava o futuro.
No carnaval 2001, o Tema-enredo foi: “ÁGUA, OURO DO 3º MILÊNIO”. A princípio, a escola buscava salientar para a conscientização do problema, que é a escassez da água potável em todo mundo. Para isso retratou a riqueza dos nossos rios, mananciais e as belezas da nossa fauna e flora, revelando espécimes em extinção como: arara azul, boto cor de rosa e outros.
O enredo da Girassol para 2001, também propunha um resgate das tradições regionais, bem como, suas crenças, religiosidade e lendas que enriquecem a nossa cultura. Enfim, a Girassol ilustrou e mostrou a importância da ecologia e do meio ambiente e propondo algumas soluções: despoluição dos rios e lagos, melhoria dos sistemas de abastecimento e saneamento básico, organização do ciclo natural de reposição das águas nos mananciais, evitar abertura indiscriminada de poços, levando ao declínio de aqüíferos, ao tirar mais do que sua capacidade de recomposição, não permitir desmatamentos, pois esses dificultam infiltração e recarga dos lençóis freáticos, que alimentam rios, nascentes e reservas subterrâneas, tratamento de esgotos residenciais e industriais, para reutilização, e manter as matas ciliares, evitando assoreamento dos rios.
Para breve registro, no ano de 2000, foi fundada em Matosinhos, a Escola de Samba Arco Íris, que já no seu primeiro desfile oficial, no carnaval de 2003, fez um excelente desfile, e, como estreante, sobrepujou sua concorrente, a Escola de Samba Rubro-Negro, e obteve o 1º lugar como estreante, classificando-se para disputar entre as escolas do primeiro grupo para o carnaval de 2004.
Para poematizar os enredos, todas as letras dos sambas-enredo e diretorias da Girassol, estão no Anexo X
MEMÓRIAS DO CARNAVAL SÃO-JOANENSE
Não há como negar que as festas de momo vieram das grandes festas de igreja, tais como festa do Divino, folia de reis, congado, maculelê etc. As cavalhadas, que representam a luta medieval entre mouros e cristãos, entronadas nas festas de igreja até o século passado, são até hoje festejadas nos carnavais das cidades de Bonfim (MG), Amarantina (Distrito de Ouro Preto - MG), Caeté (MG) e Pirenópolis (GO).
Segundo Ângelo Oswaldo, historiador e ex-prefeito de Ouro Preto, foi no ano de 1865 que o Zé Pereira chegou a Minas. O Zé Pereira era um homem fantasiado que a toque de caixas saía antes dos dias de carnaval e era acompanhado pela multidão em frenéticas algazarras. Do Zé Pereira surgiram os blocos carnavalescos aqui em São João. Em Matosinhos, José Rodrigues lembra muito bem e até canta o primeiro samba, segundo ele que foi composto para o Bloco Carnavalesco “Aldeia Africana”, cujo líder era o Zé da Igreijinha, nascido no Alto do São Geraldo e que veio morar na Vila Santa Terezinha nos primórdios dos anos 40. Atualmente, os mais tradicionais blocos são: a “Lesma-Lerda”, cuja concentração e ponto de partida ocorrem na Avenida Oito de Dezembro, na quarta-feira antecedente aos dias de carnaval; bloco das “Domésticas”, de concentração na Rodoviária Velha; na quinta-feira; “Pão-Molhado” do Tejuco e “Copo-Sujo” do Bonfim, que saem na sexta-feira. No sábado de carnaval, amanhecendo, sai o famoso bloco da “Alvorada”, cuja maioria dos participantes saem de pijama a partir das seis horas da manhã e, durante o dia de segunda-feira de carnaval sai o bloco “Vamos a la Playa”, que usa o gramado do córrego do Lenheiro defronte ao Hotel Ponte Real como área de diversão. A partir do ano de 2002 foram criados diversos outros blocos carnavalescos, que hoje fazem do carnaval de São João del Rei, um carnaval de 12 dias, ou seja, começa numa sexta-feira anterior à sexta-feira de carnaval e vai até a quarta-feira de cinzas.
O Sr. Mário Gallo, mais conhecido como Tito Gallo, nascido em São João em 06/08/1922, nas proximidades da Praça Raul Soares, lembra muito bem das antigas sociedades e ranchos carnavalescos da década de 1930, sendo que alguns antecediam a esta data como o “Clube X” que era o mais chique, onde saía a fina sociedade são-joanense. Seus diretores eram o comerciante Carlos Guedes, José Belini dos Santos, Dermeval Sena, José Viegas e Major Américo Santos. Seu reduto era a Rua Santo Antônio. Da antiga Prainha, hoje Rodoviária Velha, saíam o “Boi-Gordo”, da família Diláscio, e o “Custa mais Vai”, que posteriormente foi encampado pelo Ginêgo do Tejuco. Tinha também o “Clube dos Quarenta”, comandado pelo Álvaro de Souza, e o rancho “Prazer das Morenas”, dirigido pelo Eduardo Câncio e Zé da Igrejinha. Naquela época, oficiais e praças se misturavam no animado carnaval, sendo que o 51º Batalhão de Caçadores, atual 11ºBIMth, emprestava belos cavalos que desfilavam como abre alas e comissão de frente das agremiações. Os salões de clubes eram muito freqüentados, destacando-se o Athletic, Minas, Sírio e Libanês e salão da Associação Comercial, incluindo sempre a presença do presidente da república Dr. Tancredo Neves e seu maior amigo Belizário Leite. O fim de noite ou o amanhecer era no Café República, o tradicional cabaré da cidade que ficava perto do Posto Strefeze. Ficavam movimentados também vários bares e principalmente o Café Ideal, onde hoje é a Loja Panamericana, na Rua Artur Bernardes, e Café Rio de Janeiro, na esquina de Artur Bernardes com Av. Tancredo Neves. O corso carnavalesco não faltava durante o dia. Eram filas de automóveis como os famosos “Ford29”, de capota abaixada, jogando confetes, serpentinas e limões ocos de cera cheios de água perfumada.
A nova era das Escolas de Samba em São João del Rei teve início no ano de 1956 e seu precursor foi Jota Dângelo, médico, jornalista e teatrólogo, que criou a fantástica Escola de Samba “Qualquer Nome Serve”. Depois surgiram a “Falem de Mim” que, juntamente com a Qualquer Nome Serve, eram as preferidas da elite são-joanense. Em seguida apareceram a verde e branca “Largo da Cruz”, comandada pelo Major Titoca, “Imperatriz”, da Rua do Barro, comandada pela família do Papa-Arroz, e “Depois eu Digo”, do Tejuco, comandada pelo Ginêgo. Não podemos esquecer que nesta época desfilava como bloco o sensacional “Bate-Paus”, do Senhor dos Montes, que virou Escola de Samba e até hoje apresenta uma ala folclórica de batedores de paus em evolução.
Até o ano de 2003, São João possui onze Escolas de Samba, a saber: “União”, fusão da Qualquer Nome serve com a Escola de Samba do Bonfim; “Girassol” de Matosinhos, “Vem me Ver”, do Tejuco; “Vira-Vira”, do Bela-Vista; “São Geraldo”, do bairro São Geraldo; “Bem me Quer”, da Rua do Barro; “Metralhas”, do largo do Carmo; “Bate-Paus”, do Senhor dos Montes, “Unidos da Ponte” do bairro COHAB, Coração Rubro-Negro, do largo do Carmo e a Escola de Samba, também do bairro de Matosinhos, criada no ano de 2000, “Arco Íris”. Diversas outras agremiações tiveram vida curta apesar dos esforços heróicos de seus fundadores.
A CRIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES E AMIGOS DO GRANDE MATOSINHOS (ASMAT)
Nos primórdios de 1999 e incentivado por um grupo de pessoas, foram convocadas por escrito, lideranças do território demarcado no estatuto, que resolveu-se chamar de “Grande Matosinhos”, bem como através de editais publicados nos jornais locais, para a criação da Associação de Moradores. Assim, após várias reuniões, todas elas lavradas em ata, finalmente, no dia 31 de agosto de 1999, a assembléia resolveu aprovou, por unanimidade, a constituição da ASMAT. Dessa forma, encontra-se a seguir a ata da referida assembléia.
“Realizou-se às 19:30 horas do dia 31 de agosto de 1999, em 2ª chamada, no salão de catequese da Matriz do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, a 4ª reunião Pró-Criação da Associação dos Moradores e Amigos do Grande Matosinhos.
José Cláudio Henriques, que vinha conduzindo as reuniões anteriores, abriu a reunião, saudando a todos os presentes e deixando bem claro que se fosse pela vontade da maioria presente, esta reunião iria cumprir o Edital de 22 de julho de 1999, publicado no jornal Tribuna Sanjoanense de 03 de agosto de 1999, o qual convocava a todos os moradores do bairro de Matosinhos para:
- Criarem a Associação de Moradores e Amigos do bairro;
- Elegerem a primeira Diretoria;
- Aprovarem o estatuto;
- Tratarem de assuntos gerais.
José Cláudio Henriques disse também que foi cumprida a atribuição constante da última ata, ou seja, foram convidados por escrito os representantes das demais associações existentes no Grande Matosinhos que ainda não tinham participado das reuniões anteriores, nas pessoas do Senhor Antônio Serpa (bairro Santo Antônio), Estefânio Muffato (INOCOOP), José Roberto Zim (Bairro N. Sª de Fátima), Paulo Zini, Bené do Calçadão e Osni Paiva (Pio XII), Mara (Comunidade Santa Clara), Vicente de Freitas e Magui Nascimento (parte central de Matosinhos).
Em seguida, foram lidas as três atas das três últimas reuniões pela Sra. Angela Domingues, as quais foram aprovadas e assinadas por todos os presentes.
O senhor Ulisses Passarelli pediu esclarecimento se as demais associações que estavam conduzindo os trabalhos, questionou aos presentes se era oportuna nesta reunião a aprovação do Estatuto, e, colocado em votação, os presentes, por 14 (quatorze) votos a 06 (seis), resolveram submetê-lo a aprovação. Assim sendo, o mesmo foi aprovado por unanimidade.
Dando prosseguimento à reunião, José Cláudio Henriques questionou aos presentes se era oportuna a eleição da primeira Diretoria, e, por unanimidade, os presentes disseram que sim.
Assim sendo, foi eleita e empossada por aclamação a primeira Diretoria da Associação dos Moradores e Amigos do Grande Matosinhos, assim constituída:
Presidente: José Cláudio Henriques
Vice Presidente: José do Carmo Silva
1º Secretário: Angela Maria Nascimento Domingues
2º Secretário: Maria Silvia Teixeira Henriques
1º Tesoureiro: Estefânio Bento Muffato
2º Tesoureiro: Nelson Domingos de Abreu
Conselho Fiscal: Pedro Chaves Walsh, Wilson José Giarola e José Roberto Zim
Suplentes: Edson Afonso Fonseca, Eva Maria Muffato e Maria de Lourdes Gonçalves Dias Giarola
Conselho Deliberativo: Neide Batista Santos e Robson Jesus dos Santos
Suplentes: Antônio Carlos Garcia e Shirley Aparecida do Nascimento
Foram eleitos para o Conselho de Cultura:
Ulisses Passarelli
Cida Salles
José Antônio de Avilla
Osni Paiva
São João del Rei, 31 de agosto de 1999”
No Anexo XI, encontram-se os estatutos da ASMAT, atualizados em 05/09/2002, os quais foram registrados no Cartório de Registro de Documentos de São João del Rei
do livro: Bairro de Matosinhos, berço da cidade de São João del Rei, de José Cláudio Henriques