HISTÓRIA REGIONAL

COLUNISTA - JOSÉ CLÁUDIO HENRIQUES


OS DIAS TOSTES

Os Dias Tostes radicaram na região de Santa Rita de Ibitipoca no século XVIII, em carta de sesmaria datada de 20/03/1759. O primeiro Dias Tostes obteve do então governador interino da capitania de Minas Gerais, José Antônio Freire de Andrada, meia légua de quadra de matos virgens e capoeiras em Santa Rita de Ibitipoca, freguesia da Borda do Campo, comarca de São João del Rei, divisando na parte do nascente com terras de Domingos Alves Calheiros e José da Costa e da do poente com terras de Matias Rodrigues, José Correa e Ventura Gonçalves, cujas terras já possuía por titulo de compra que fizera a Domingos da Costa Fontes e ao capitão Manoel Rodrigues da Costa, umas no ano de 1745 e outras em 1757. Era proprietário da fazenda Santa Ana, onde faleceu em novembro de 1765. Deixou testamento datado de 04 de novembro de 1765, com as seguintes disposições: “em nome da Santíssima Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo..... Eu Antônio Dias Tostes, estando em uma cama e temendo-me a morte, faço este instrumento da forma seguinte: O meu corpo será amortalhado no habito de Nossa Senhora do Monte do Carmo e será sepultado dentro da Capela de Santa Rita ao pé da parte principal. Declaro que no dia do meu falecimento ou no dia em que meu corpo se der à sepultura se fará um oficio na capela de Nossa Senhora de Santa Rita, de cinco ou seis clérigos e se dirão todas as missas que se puderem dizer, tanto na dita capela como na Freguesia. Ordeno mais se digam cento e cinqüenta missas por minha alma e deixo mais vinte missas ao Reverendo Capelão que presente existir na Capela. Declaro que se houver pessoa fidedigna que diga que eu lhe sou devedor e não haja crédito, jurando umas horas que se lhe pague. Declaro que todas as dividas que se me devem não quero sejam cobradas por meio da justiça, pois de suas bondades espero não será preciso. (nada consta de herança dos bens)
Emenda: Era também proprietário do Sitio do Quilombo, que deu origem à localidade de Bias Fortes. Casado com Luiza Soares Ribeiro. Deixou os filhos: Antônia Ribeiro Soares, casada com Francisco Coelho Guimaraes; Eugenia Maria do Sacramento, casada com João Antônio Nogueira; Francisco Ribeiro Tostes, casado com Ana Francisca do Espírito Santo; Maria Ribeiro Soares, casada com Joaquim Alves de Almeida; Antônio Dias Tostes (filho), casado com Maria Francisca de Jesus; Manoel Ribeiro Tostes, casado com Maria Jerônima; Jacinto Dias Tostes, solteiro; Rita Ribeiro Soares, casada com Prudenciano Lourenço de Barros.
Antônio Dias Tostes (filho) obteve por carta de sesmaria datada de 10 de maio de 1798, concedida por Bernardo José de Lorena, então Governador da Capitania, meia légua de quadra de terras entre as de Domingos Alves Calheiros, herdeiros de José da Costa, João Alves de Araújo e Manoel Braz de Almeida. Faleceu a 13 de novembro de 1807, deixando doze filhos: Antônio Dias Tostes (Neto), casado com Ana Maria do Sacramento em segundas núpcias com Guilhermina Celestina da Natividade; Manoel Dias Tostes, casado com Maria Josefa; Francisco Dias Tostes; Ana, casada com Joaquim Pereira de Oliveira; José Dias Tostes; Julião Dias Tostes, casado com Maria Antônia de Jesus; Francisca Maria de Jesus, casada com Manoel Gonçalves Loures; João Antônio Dias Tostes casado com Teresa Firminiana Teixeira Tostes. Maria Ribeira, casada com João Martins Fagundes; Antônia Ribeira Soares, casada com José Pinto de Miranda.
O terceiro Antônio Dias Tostes (Neto) a 29 de junho de 1812, na localidade de Barbacena, adquiriu do Coronel José Vidal Barbosa Lage(*), pelo preço de onze contos e setecentos mil reis, as fazendas do Juiz de Fora e do Marmelo, além de 25 escravos, tornando-se o senhor absoluto de toda área de terras onde hoje está edificada a cidade de Juiz de Fora. Alferes de Milícias, Tenente da Guarda Nacional, Capitão da Imperial Guarda de Honra de D. Pedro I e Cavaleiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Tenente Antônio Dias Tostes era filho de Antônio Dias Tostes e de Maria Francisca de Jesus, proprietários da Fazenda Curralinho, em Santa Rita de Ibitipoca. Antônio Dias Tostes, seu avô paterno, era açoriano da Ilha Terceira, filho de Nicolau Dias e de Maria Pacheca.
Nicolau Dias era filho de João Tostes Gatto (falecido a 28 de maio de 1681, na Freguesia de Santa Bárbara das Nove Ribeiras, da Ilha Terceira) e de Beatriz Dias (viúva de Antão Martins Fagundes). Neto paterno de Sebastiam Gatto e de Maria Fernandez da Costa; neto materno de Nicolau Gonçalves Dias e de Bárbara Ayrosa.
Nascido no Arraial do Quilombo, o Tenente Antônio Dias Tostes (neto) deixou de seu segundo casamento um único filho, José Augusto Teixeira Tostes, casado com Augusta, filha de Claudemiro Dias Bicalho e de Maria Augusta Corrêa Leão. De seu primeiro casamento com Ana Maria do sacramento, falecida na fazenda Juiz de Fora a 23 de novembro de 1834, nasceram os seguintes filhos: Cândida Maria Carlota, casada com o alemão Henrique Guilherme Fernando Halfeld (em segunda núpcias); Maria da Lapa de Jesus, casada com Antônio de Macedo Cruz; Gertrudes Claudina de Jesus, casada com Manoel José Pires; Rita Leopoldina Tostes, casada com José Antônio Henriques Junior; Maria Antônia Claudiana de Moraes, casada em primeiras núpcias com Mariano Dutra de Moraes e em segundas núpcias com Pedro Monteiro de Souza; Severino Dias Tostes, casado em primeiras núpcias com Felicidade Umbelina de Barbosa e em segunda núpcias com a sobrinha Amélia Rosalina Dutra de Moraes; Manoel Dias Tostes (vendeu parte da sua herança para o cunhado Guilherme Henrique Halfeld), casado com Maria Vindilina Tostes; Antônio Dias Tostes Junior, casado com Rita de Cássia Tostes; Marcelino Dias Tostes, casado com Lucinda Rodrigues Pereira; Cassiano Dias Tostes, casado com sua sobrinha Umbelina Cândida Dutra de Moraes; Custodio Dias Tostes, casado com Carlota Maria Cândida; Marciano Dias Tostes.
Radicado desde 1812 nas terras adquiridas do Coronel José Vidal Barbosa Lage*, o Tenente Antônio Dias Tostes (neto) vendeu em 1841 a fazenda Fortaleza que possuía em Caeté, mudando-se com a segunda mulher para a fazenda da Graminha, onde residiu até 02 de junho de 1850, data de seu falecimento. Fez testamento datado de 04 de maio de 1843, deixando os bens e sua vasta área de terras para os treze filhos. Parte dessa área, que atualmente vai da Avenida Rui Barbosa, em Juiz de Fora, até além do Bairro Bom Pastor, foi repartida entre os doze filhos do primeiro casamento.
OBS - Segundo pesquisa de Ricardo Botelho Guimarães, José Antônio Henriques Junior era filho do Alferes José Antônio Henriques (1785-1869) e de Rita Carolina de Campos Henriques (1812-1895). Depois de viúva Rita aos casou-se novamente com Francisco Mariano Halfeld, transparecendo casamento arrumado para que a fortuna ficasse nas mãos dos Halfeld.
Os pais do alferes Jose Antônio Henriques eram, possivelmente, Henrique José Fernandes e Clara Maria de Jesus.
Os pais de Rita Carolina Campos Henriques Halfeld eram o alferes Francisco José de Campos (1784-1834) e Anna Isabel do Nascimento (1791-1867).
Até aqui pesquisas realizadas no livro: “Dois velhos troncos mineiros: Bento Pinto de Magalhães e Francisco José de Alvarenga”, de autoria de José Batista de Alvarenga Coelho. Belo Horizonte  - 1999.

A partir daqui pesquisas realizadas no livro: “Caminho Novo – Espinha dorsal de Minas.
O português Francisco Nunes de Campos deve ter chegado ao Brasil nos fins do século XVII ou inicio do XVIII. Era filho de Baltazar nunes e D. Domingas Dias. Casou em 14/04/1739, na Capela do Gericinó, Rio de Janeiro com D. Inácia Barbosa de Mattos Coutinho, filha legítima de Antônio de Barbosa de Matos e D. Mariana Coutinho. Conforme Albino Esteves fora nomeado capitão-mor do Rio de Janeiro no Sitio Chamado Engenho do Mato. É citado também como Guarda-mor em Barbacena. Em 1791 já era falecido quando a viúva D. Inácia passava carta de liberdade a uma escrava. O primogênito José Nunes de Campos herdou a Sesmaria de Chapéu d’Uvas, que se estendia de João Aires (Santos Dumond) até Benfica. Casou em primeiras núpcias com D. Rosa Joaquina de Assunção, filha legitima de Martinho Faria Moreira e D. Luiza Garcia Fontoura, em Barbacena.
D. Rosa Joaquina faleceu em Chapéu D’Uvas, no dia 28 de agosto de 1823, deixando 15 filhos:
- Francisco Casimiro, Ana Esméria, Maria Angélica, Rita Carolina de Campos Henriques Halfeld, Antônio Candido, Tereza Edwigens, Constância Flávia, José Carlos, Marcelina Augusta de Campos Henriques, Modesto Camilo, Portiria Carolina de Campos Henriques, Manoel Honório de Campos, Claudiana Augusta de Campos, Joaquim Clemente Campos, Carolina Isabel de Campos.
Rita Carolina de Campos Henriques Halfeld, casada em primeiras núpcias com José Antônio Henriques e, em segunda, com o Coronel Francisco Mariano Halfeld, o terceiro filho do Comendador Henrique Guilherme Fernando Halfeld e D. Dorotéa Augusta Filipina, falecidos sem descendência.
Marcelina Augusta de Campos Henriques casada com Antônio Henriques Barbosa, nascendo-lhes quatro filhas e um filho varão com descendência no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, tendo sido, inclusive seu neto Dom Joao Muniz Maranha, benemérito bispo de Barra do Salvador, nascido como seus irmãos em Juiz de Fora.
Portiria Carolina de Campos Henriques casada com Severino Henriques (filho de José Antônio Henriques) proprietários da Fazenda São Lourenço, em Sarandira, JF, tendo sido três os filhos do casal.
Claudiana Augusta de Campos casada com Pedro Henriques (filho de José Antônio Henriques) proprietários da Fazenda Aracaju, em Sarandira, sem descendência.
Joaquim Clemente Campos proprietário da Fazenda do Rochedo, hoje pertencente ao município do mesmo nome mas, anteriormente, integrante do município de São João Nepomuceno. Casou duas vezes, a primeira com sua sobrinha Maria Candida e a segunda com D. Georgina Tostes Henriques. De ambos os matrimônios houve ilustre descendência.


 

ALGUNS DADOS DA FAMILIA HENRIQUES PESQUISADOS NOS ARQUIVOS DO IPHAN DE SJDR

                      O Capitão José Cesário Henriques falecido em 06/08/1898 foi casado com Dona Rosalina Josefina Henriques, e geraram dez filhos: Amélia Henriques Godinho, Armando Henriques, Carolina Henriques, Adélia Henriques, José Cesário Henriques Filho, Ademar Henriques, Carlos Henriques, Maria Amélia Henriques, Rosalina Henriques Filha e Júlia Henriques.
                      José Cesário Henriques, morador no Arraial de Matosinhos, tinha como patrimônio e deixou como herança: a hipoteca de uma fazenda de 50 alqueires, denominada Sarandy, com aproximadamente 60.000 pés de café, com cinco casas para colonos, localizada em Santa Helena, Município de Juiz de Fora, a qual foi vendida em 16/05/1896 ao Sr. Reodarte Bernardelli. Deixou também uma casa na Rua da Prata nº 05, em São João del Rei, com 06 janelas de frente e uma porta lateral, confrontando de um lado com casas de Dona Rita Maciel, por outro lado com Dona Gertrudes de Tal, sogra do Doutor José Alves Vilela e pelos fundos com o Beco da Rua Hemílo Alves (hoje Beco do H), que comprou do Dr. Cassiano de Noronha Gonzaga, morador em São Paulo, e uma Chácara em Matosinhos, bairro de São João del Rei.
                      A própria viúva Dona Rosalina foi a testamenteira de seu marido e nomeou o Dr. José de Resende Ferreira Guimarães como procurador da família, que efetuou o pagamento de algumas contas do falecido e entregou a relação do restante ao Meritíssimo Juiz. Pagou ao farmacêutico Dr. Antônio Cândido Martins de Alvarenga o referente à compra de remédios, ao Sr. Marçal de Sousa Oliveira o referente à compra de dois leques, um par de sapatos pretos para senhora, três capuzes de feltro bordados, quatro metros de chariot de lã (tecido para cobrir carrinho de criança) e diversos outros utensílios. A Domingos Bello, pagou a compra de ferramentas.
                      O Meritíssimo Juiz de Direito determinou que metade da herança do Capitão José Cesário fosse para Dona Rosalina e a outra metade dividida pelos dez filhos. Assim sendo, Dona Rosalina ficou com a metade da casa da Rua da Prata, parte da venda da Fazenda Sarandy e algumas peças de casa, como mesa de mármore e outros utensílios. Dona Amélia Henriques Godinho e Armando Henriques também ficaram com parte da venda da fazenda e os demais oito herdeiros com a oitava parte da Chácara de Matosinhos, oitava parte da metade da casa da Rua da Prata nº 05, oitava parte de uma coberta e parte da Fazenda hipotecada. A seqüência da distribuição da herança foi a seguinte:

  1. Amélia Henriques Godinho: valor da parte devida por hipoteca de Reodartes Bernadelli;
  2. Armando Henriques: o mesmo;
  3. Carolina Henriques (menor): oitava parte da chácara de Matosinhos, oitava parte da metade da casa da Rua da Prata, oitava parte de uma coberta e parte da hipoteca de Reodartes Bernardelli;
  4. Mesma divisão para os demais herdeiros: Adélia (menor), José Cesário Filho (menor), Ademar (menor), Carlos Henriques (menor - avô do autor), Maria Amélia (menor), Rosalina Filha e Dona Júlia.

                      O Capitão José Cesário era devedor do Dr. Cassiano de Noronha, morador no Estado de São Paulo, do restante e juros referentes à compra de uma casa situada à Rua da Prata nº 05, hipotecada no 2º ofício desta cidade em 17/07/1897. O valor restante era de 3.272$926 (três contos, duzentos e setenta e dois mil, novecentos e vinte seis réis), a juros de 10% anuais mais 16$600 (dezesseis mil e seiscentos réis) de despesas para liquidacão, dando o montante de 3.289$526 (três contos, duzentos e oitenta e nove mil e quinhentos e vinte seis réis). O valor total de compra da casa da Rua da Prata foi de 8.000$000 (oito contos de réis).
                      Em outra petição datada de 14/09/1898, a dívida cobrada da casa comercial A. F. de Araujo Costa é de 965$840, e o procurador Sr. José Resende Ferreira Guimarães aceitou pagar.
                      Também a 14/09/1898, o farmacéutico Dr. Antônio Cândido P. de Alvarenga cobra ao juiz a dívida de 398$500 (trezentos e noventa e oito mil e quinhentos réis) referente à compra de remédios.
                      Finalmente, ficaram para herança a metade da casa da Rua da Prata, avaliada em 14.000$000 (quatorze contos de réis), já que a outra metade no valor de 7.780$000 (sete contos e setecentos e oitenta mil réis) ficou para pagar as dívidas remanescentes, e também toda a chácara de Matosinhos, avaliada em 7.000$000 (sete contos de réis).
                      A dívida que foi paga pelos herdeiros refere-se aos 3.289$526 para liquidar a compra da casa da Rua da Prata, aos 965$840 pagos à casa A. F. de Araújo Costa, aos 398$500 pagos ao farmacêutico Dr. Antônio Cândido Martins de Alvarenga, aos 871$880 pagos ao Sr. Francisco Cardoso pelo fornecimento de gêneros alimentícios, 124$070 a Domingos Bello, referente à compra de ferramentas e, finalmente, 159$200 pagos ao Sr. Marçal de Souza, referente à compra de leques de papel (2$000), um par de sapatos pretos para senhora (114$000), três capuzes de feltro bordados, quatro metros de chariot de lã (22$000) e diversos outros calçados.
                      Dona Rosalina Henriques e Amélia Henriques Godinho deram procuração ao irmão Armando Henriques para receber e assinar a venda dos imóveis de Sarandy, assinadas em Santa Helena a 15/05/1900.
                      Após a morte do marido, Dona Rosalina mudou-se para a cidade de Mar de Espanha, próxima a Juiz de Fora e é procurada em 05/07/1909 e 15/07/1909, para prestar contas da tutela dos menores.
                      Também no Museu Regional do IPHAN de São João del Rei encontra-se o inventário dos ascendentes do Capitão José Cesário Henriques de nome Mathias Henriques, morador no caminho do Rio de Janeiro, casado com Maria Arcangella Josefa, falecido na Freguesia de Nossa Senhora da Assumpção do Engenho do Mato, natural da Freguesia de São Silvestre do Gradil, Termo de Torres Vedras, Patriarcado de Lisboa, filho de Mathias Henriques e Mariana Henriques e que não tendo descendentes passava seus bens para seu irmão Manoel Henriques e para a própria Maria Arcangella Josefa e, na falta destes, para os filhos de Manoel Henriques, moradores na Vila de Barbacena. Foi testamenteiro de Mathias Henriques o Coronel Manoel do Valle Amado e em segundo lugar João dos Santos, morador no Barroso. Em São João del Rei, o Coronel Manoel do Valle Amado passou procuração ao Dr. Manoel José Dias e ao Alferes Manoel Ribeiro Quintas.
                 Também foi encontrado o inventário de João Carvalho Henriques, morador na Aplicação da Capela de Nossa Senhora da Lapa dos Olhos D’agua (1), termo da Vila de São José do Rio das Mortes, quando capelão Padre José Gomes Rodrigues, de São João del Rei. Nascido e batizado na Freguezia de São Thiago, Termo de Barcellos, Arcebispado de Braga, Portugal, filho de Manoel Carvalho Henriques e Dona Batista Carvalha. Morreu solteiro sem dependentes. Declarou ser irmão do Senhor de Matosinhos. Seu testamenteiro foi Bartolomeu de Villas Boas, em segundo lugar João de Tal, em terceiro Manoel Dias da Costa, em quarto Manoel Marques de Oliveira e em quinto lugar Manoel Pereira de Azevedo, sendo o primeiro testamenteiro morador na Aplicação da Lage e os demais na Aplicação de Santo Amaro, Termo da Vila de Queluz.
                      João Carvalho Henriques deixou dez oitavas de ouro para os mais necessitados de Olhos D`agua. Pediu cem missas para sua alma, vinte para seus pais e parentes, vinte pelas almas do purgatório, vinte para as almas de quem com ele fez negócios, vinte para os compadres e comadres. Pediu para ser enterrado envolto no hábito de São Francisco. Pediu para ser posto em liberdade seu escravo mais velho de nome Francisco Benguella. No mesmo Museu também foi encontrado o inventário de José da Cruz Henriques, nascido e batizado na Freguesia de Santa Bárbara do Ribeirão de Santo Antônio, Bispado de Mariana, filho de Bartolomeu da Cruz Henriques e de Catarina Oliveira Salazar. Casado com Maria do Carmo, de cujo matrimônio adveio uma filha de nome Joaquina. Posteriormente, separaram-se, tendo ela ficado com todos os bens. Fez testamento na Vila de Barbacena em 1820, nomeou seu primeiro testamenteiro Joaquim Manoel de Oliveira Bastos, em segundo o Sr. Costa Filgueira e em terceiro lugar Antônio Lopes de Oliveira.

  1. Capela dos Olhos Dagua, filial da Igreja de Prados por provisão de 1733, subordinada a Vila de São José (Dicionário Histórico de Minas Gerais, de Waldemar de Almeida Barbosa).

 

Chácara do Sr. Carlos Henriques nascido em 15/03/1886 e falecido em 29/11/1976, onde nasceram pela ordem cronológica seus filhos: Maria Helena Henriques, casada com José Augusto Guimarães, falecido em 1998, José Pedro Henriques, pai do autor deste trabalho, nascido em 29/06/1912 e falecido a 21/11/1990, casado com Maria de Lourdes Henriques; Geraldo Henriques (nascido em 08/12/1913 e falecido em 25/10/1990), casado com Zilda Vargas; Carlos Henriques Filho, casado com Walmyria Martins, falecida; Silvia Henriques, casada com Afonso José de Matos, falecido; e Elza Henriques, falecida, casada com Francisco Almeida Magalhães, também já falecido. O Sr. Carlos Henriques era filho de José Cezário Henriques, agricultor vindo da região de Mar de Espanha, cidade próxima a Juiz de Fora. A Chácara do Sr. Carlos Henriques era delimitada pelo prédio do antigo Cine Matosinhos, na atual Avenida Josué de Queiroz até a Rua Dentista Batista Filho, com fundos para a Av. Sete de Setembro, sendo que à sua esquerda ficava a Chácara do Coronel Pompeu.
            Chácara do Coronel Pompeu, anteriormente pertencente à D. Malvina Tristão ficava defronte à fábrica de tecidos São João, na Avenida Josué de Queiroz. O Coronel Pompeu criou seus quatorze filhos em Matosinhos. Era neto do Barão da Ponta do Morro e bisneto do Tenente General Antônio José Dias Coelho e Maria Inácia Silveira Bueno, irmã de Bárbara Eliodora.

 

Algumas conclusões:

  1. O Alcaide-mor dono da fazenda Tapera faleceu em 14/09/1722;
  2. Na época do seu falecimento o Alcaide residia numa construção anexa o Dr. João Carlos Ribeiro e Silva;
  3. Com a morte do Alcaide-mor Tomé Corrêa Vasques, a fazenda ficou entregue aos Guardas Estalajadeiros de 1722 a 1764;
  4. Em 1764 toma posse da fazenda do Alcaide o Alcaide-mor Brigadeiro Antônio Joaquim de Vidal;
  5. Em 07/10/1804 o Brigadeiro retira-se da fazenda da Tapera com destino ao Rio de Janeiro;
  6. O Brigadeiro sem descendentes lega a fazenda da Tapera ao seu sobrinho José Vidal;
  7. José Vidal c.c. Maria Sacramento Vidal também sem descendentes doa a fazenda da Tapera (má conservação) à cunhada Inácia Joaquina dos Prazeres;
  8. (*) José Vidal Barbosa Lage era filho de Antônio Vidal, falecido em 30/12/1765, irmão dos inconfidentes Padre Francisco Vidal e Domingos Vidal. Jose Vidal herdou por doação a fazenda do Alcaide Mor Tomé Vasquez, já que com a morte de Tome Vasquez em 14/09/1722 o tio de José Vidal de nome Antônio Joaquim Vidal se aposou da fazenda, pois era Administrador dos Bens da Capitania de Minas Gerais, porém, de 1722 a 1764, quando o Brigadeiro Antônio Joaquim toma posse da fazenda, esta ficou sob a guarda dos Estalajadeiros. Já em 10/02/1781 José Vidal compra a fazenda Juiz de Fora e em 30/06/1812 (pesquisa anterior dá como 29/06/1822) vende para o tenente Antônio Dias Tostes, já nessa altura constituída de seis Sesmarias, por $11.770$000 (onze contos setecentos e setenta mil reis (segundo Múcio de Abreu Lima)
No município de São João Nepomuceno tem uma rua chamada “Rua dos Henriques”.

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