HISTÓRIA REGIONAL
COLUNISTA - JOSÉ CLÁUDIO HENRIQUES
A BUROCRACIA É UM CANCER QUE DEVE SER COMBATIDO A TODO MOMENTO
Por José Cláudio Henriques
“Em sentido geral organização é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações.(Wikipédia, a enciclopédia livre).”
“Produtividade é a produção medida em um determinado tempo”. Quando uma atividade é feita num menor tempo possível e com qualidade aceitável, tem-se uma boa produtividade.
O título acima em epígrafe e os dois conceitos após bastam para se falar em atendimento público organizado e efizaz.
Existem ambientes e atendimentos organizados, mas não produtivos, ou seja, são burocratizados.
Um dos maiores processos burocratizados é aquele que é feito de forma agendada em “determinados atendimentos públicos”. É lógico que para cada caso tem-se uma situação. Um médico não pode se transformar em duas pessoas ao mesmo tempo, então ele tem a sua produção limitada, mas ele pode aumentar a sua produtividade ao se organizar através de secretárias, computadores e médicos auxiliares. Um estabelecimento bancário pode ter seu atendimento programado de 11:00 às 16 horas, para disponibilizar seus caixas para o atendimento.
Não é o mesmo quando se tem uma repartição pública ineficaz. Vejam que uma repartição pública pode ser organizada, porém ineficaz.
É o caso de um certo atendimento público em São João del-Rei, cuja documentação é organizada, porém seu principal produto, que é facilitar a pesquisa em documentos, é extremamente burocratizada.
Imaginemos que no princípio do ano de 2008 esta repartição pública esteja passando por reformas, porém, sem avisar a seus clientes pesquisadores, quando voltará a abrir suas portas para pesquisas, e como serão as novas regras do jogo.
Imagine um pesquisador do Rio de Janeiro, que deslocando-se de tão longe, chegue a São João del-Rei e dê com a cara na porta sem poder pesquisar nada.
De repente, as regras do jogo são determinadas, porém, não se tem informações públicas dessas regras.
Somente quando o pesquisador volta (seja ele de São João ou de fora) para efetuar a pesquisa é que fica sabendo que, a partir de agora as pesquisas só podem se realizar de 08:30 horas às 13:30 horas e somente com agendamento. Imagine mais uma vez aquele pesquisador do Rio de Janeiro que tomou o ônibus de manhã cedo, chegou na hora do almoço, almoçou e se dirigiu para pesquisar, e para ele é dito: - não, o senhor não pode pesquisar hoje, e só temos vaga para pesquisar daqui a uma semana.
Qual a imagem que os senhores acham que o carioca vai ter dessa repartição?
Ainda mais que ao chegar na entrada do prédio não tinha ninguém para recebê-lo, mesmo tendo um senhor sentado na “sala da administração” sem expressar nenhuma ajuda. Parecia não ser atribuição dele. Finalmente, aparece um garoto (deve ser estagiário) e diz que a moça do atendimento à pesquisa não se encontrava e porisso naquele dia não seria possível a pesquisa.
Me dirigi à sala da administração e o senhor moreno me disse que agora tem-se novas regras. Depois de um bate-boca apareceu o Chefe do Escritório Técnico II, que disse para eu voltar no dia seguinte, para fazer o agendamento da pesquisa, pois a tal moça não estava, e somente ela é que sabia onde estava a agenda. Depois de outro bate-boca a agenda apareceu e foi agendada uma pesquisa para uma semana depois.
AGUENTA CORAÇÃO!!!
OBS. Nessa data, tanto na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro como no Arquivo Público Mineiro não precisa de agendamento para pesquisa.
José Cláudio Henriques
Administrador, escritor, presidente da Academia de Letras e do IHG São João del-Rei, Pós-Graduado em Organização, Sistemas e Métodos, Ex-Assessor de de Organização e Métodos da TELEMAR, Editor chefe do jornal O Grande Matosinhos.
São João del-Rei, setembro de 2008