CARTAS DE UM OUTRO MATOSINHOS
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Isabel Lago
Diretamente de Portugal

Um Feliz 2007 para todos os meus irmãos de SJDR. Espero que tenham tido um óptimo Natal.

COUTO DE MAGALHÃES DE MINAS – Minas Gerais

Couto de Magalhães de Minas, está situado a uma altitude de 660m, na serra do Espírito, na região central de Minas, a 324 Kms da capital do estado. Com uma área de 580 Kms2, tem uma população urbana de 3650 pessoas  e rural de 582

Grandes jazidas de manganês existentes na região e actividades extrativas de ouro e diamantes caracterizam a economia deste município, apesar da importância de sua agropecuária, que ajuda a equilibrar as finanças municipais.
O início do povoamento data de 1725, quando Sebastião Leme do Prado, em busca de ouro e diamantes, assenta acampamento próximo às margens de um rio sereno e cristalino, que recebe o nome de rio Manso. O povoado, de mesmo nome, localizava-se em uma área estratégica e propícia ao comércio, por ser passagem obrigatória das tropas (único transporte de cargas utilizado na época) utilizando a estrada de ligação com outras regiões .
Incluído na área do Distrito Diamantino, após 1734, o arraial teve, durante todo o período colonial, seu crescimento contido pela rígida administração imposta na área e pelo monopólio real sobre os diamantes, que limitava a participação nos benifícios e lucros da sua extração.
Com a decadência da mineração, as terras férteis em torno do povoado passaram a ser melhor exploradas, principalmente com a plantação de frutas – laranjas, mangas, pêssegos, etc., cuja produção é importante até os nossos dias, ao lado de outros ramos de lavoura e também da pecuária.
Em 1839, foi o povoado elevado a distrito do município de Diamantina, sendo a freguesia criada em 1853. Teve sua denominação alterada de Rio Manso para Couto de Magalhães, no ano de 1938, tornando-se município autônomo com a criação da cidade, em 1962.
Da época do apogeu da exploração dos diamantes, restaram duas importantes igrejas coloniais na cidade: a Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, e a pequena capela do Bom Jesus de Matozinhos .


 Capela do Senhor Bom Jesus de Matozinhos -  Anterior a 1807
Não foram localizados, nas pesquisas procedidas, elementos documentais sobre a edificação desta capela. Entretanto, ao publicar, em 1899, a Chorographia do Município de Diamantina, informava J. Augusto Neves, que o pequeno templo do arraial do Rio Manso dedicado ao Bom Jesus de Matozinhos datava  de “90 anos pouco mais ou menos”, o que leva a crer tenha sido construído por volta da última década do século XVIII ou primeira do XIX. Entre 1821 e 1826, a capela se encontrava entregue regularmente ao culto e ornada “com decência”, como registrava em seu Livro de Visitas Pastorais o então bispo de Mariana, dom frei José da Santíssima Trindade.
O monumento é tombado pelo IEPHA/MG, conforme Decreto nº18.531, de 2 de junho de 1977.

 
2 - Capela do Bom Jesus de Matosinhos

3 – Vista nocturna da fachada da capela

 A capela está situada numa praça toda gramada, plana, com dois renques de jacarandás paralelos às suas fachadas  laterais.
Tem o partido bem simples, com nave e capela-mor de menor largura, separadas pelo arco-cruzeiro, sacristia nos fundos e coro.
A construção é em taipa, possui cunhais e enquadramentos dos vãos em madeira e cobertura de duas águas guarnecida por beirais em cachorros. A torre, única, de secção quadrada, é central e de madeira, tendo a cobertura em forma piramidal de telhas coroada por uma esfera armilar.
A fachada, com os vãos distribuídos da maneira tradicional. Mostra portada com vedação almofadada e sobreporta trabalhada, com graciosa decoração de relevos em madeira policromada, no estilo das igrejas de Diamantina, e ladeada em diagonal, na altura do coro, por duas janelas rasgadas por inteiro, de postigo sobreposto, dando para sacadas isoladas com guarda-corpo de ferro batido.

 

 Como habitualmente na região de Diamantina, apenas a capela-mor teve completada sua decoração interna, congregando talha e pintura em ambientação unitária. O retábulo, de colunas retas e dossel, é simples mas de boa qualidade, podendo datar dos finais  do século XVIII. Sua cimalha prolonga-se nas paredes laterais da capela-mor, servindo de moldura natural à pintura do forro, como nas igrejas diamantinenses.
Esta pintura é bastante interessante, pois constitui um dos melhores exemplos mineiros de reinterpretação popular dos padrões eruditos de pintura perspectivista do ciclo rococó.


 Além da do padroeiro, a capela conserva ainda algumas imagens antigas, tal como a de Nossa Senhora do Rosário, no altar lateral da esquerda

Infelizmente, não consegui obter nenhuma informação sobre a festa ao Bom Jesus de Matozinhos. Sei contudo, que uma das maiores solenidades locais é a de Nossa Senhora do Rosário que se realiza na capela do Bom Jesus, por coincidência estranha no mesmo dia em que se festeja o jubileu de Congonhas – 14 de Setembro

                   Com um abraço, aqui vos deixo até Fevereiro

                                         Isabel Lago

 

Sítio do Pojecto Cidades

Este texto foi-me enviado em fotocópia pela Prefeitura de Couto de Magalhães de Minas com escassa referência bibliográfica. Dele apenas conheço o título que encabeça cada página: Minas Gerais: Monumentos históricos e artísticos – Circuito do Diamante, VI – Área adjacente a Diamantina.

 

 

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