Queridos amigos
Esta é uma das minhas igrejas favoritas. Não sei se por ser das mais pequenas, se por ser das mais isoladas de Minas. Aqui deixo a sua história e as suas imagens.
CATAS ALTAS – Minas Gerais
Situada na região central de Minas, com uma área de 240 kms2 e a 120 kms da capital do estado, Catas Altas tem cerca de 4000 habitantes, dos quais um terço é população rural. Situada junto do imponente e majestoso contraforte da Serra do Caraça, a pequena cidade de Catas Altas abriga a maior parte da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Caraça, além de outras inúmeras riquezas naturais
A cidade possui também um valioso patrimônio histórico e uma "mineiridade" quase intacta, que se revela na religiosidade de sua gente, nos costumes e tradições, na fabricação de vinho artesanal, na música dos muitos violeiros, no bucolismo de sua arquitetura e nos antigos quintais, relíquia já em extinção em Minas Gerais. Mas é também uma cidade onde a atividade minerária é muito forte e já deixou sequelas ambientais graves.
O conjunto arquitetônico de Catas Altas é um dos mais homogêneos e representativos da arquitetura colonial mineira.
Seu nome provém das profundas escavações que se faziam no alto do morro. Fundado em 1703, o lugar era conhecido como Catas Altas do Mato Dentro para diferenciar de Catas Altas da Noruega.
Francisco de Carvalho Franco, (...) aí situa o paulista Manuel Dias em 1703, como descobridor. E de acordo com Basílio de Magalhães dá como fundadores do arraial o sertanista Domingues Borges, português. O Cónego Trindade informa que, em 1710, já tinha o seu vigário, Pe. André do Couto Leal (arquidiocese de Mariana, Lº 68). Lê-se no “Livro de Lotação das Freguesias deste Bispado” que consta do “1º batismo que se celebrou na capela de N.S. da Conceição de Catas Altas, no ano de 1712”, que a sua fundação havia sido muito anterior ao tempo em que começou a ser provida de vigários encomendados (...).
O Dr. José Vieira Couto esteve no arraial em 1800 e assim o descreveu “ ... é um arraial tão grande quanto o de Santa Bárbara, porém muito mais decadente... A povoação fica na maior parte ao comprido, e se alonga pela estrada ao comprido, à maneira de feira” (Memória sobre a Capitania de Minas) .
Em 1712, já se delineava o aglomerado urbano que se formava ao redor da mineração. A elevação à freguesia, através de medidas da administração colonial, deu-se em 1718, sendo a paróquia declarada de natureza colativa e seis anos mais tarde, foi nomeado seu primeiro vigário colado.
Em 1730, iniciam-se as obras para a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que a partir de 1738, sem ser concluída, passa a ser utilizada pela população, e que está inacabada até os dias de hoje, confirmando sua originalidade.
Nessa época aí residiram pelo menos dois irmãos da Confraria do Bom Jesus de Matosinhos
Com o esgotamento das minas, Catas Altas tornou-se um arraial abandonado e em ruínas, e os habitantes que ali permaneceram se dedicaram ao cultivo de pequenas roças de subsistência. A maior mineração sobrevivente era feita nas lavras do Guarda-Mor Inocêncio Vieira da Silva. Quando o naturalista francês Saint Hilaire visitou a área aconselhou-o a substituir a exploração do ouro pela do ferro, cujas reservas eram abundantes na região, isto em 1816.
Em 1817, os naturalistas alemães Spix e Martius, hospedaram-se com o Guarda-Mor Inocêncio Vieira da Silva e visitaram a sua lavra, que possuía apenas 80 escravos para o trabalho (...).
Em 1839, por ocasião da emancipação do município de Santa Bárbara, Catas Altas, passa a pertencer à sua jurisdição.
Em mais de dois séculos, a população do arraial pouco se alterou, somando 2.429 habitantes, em 1950. Sua revitalização se deu graças ao incremento da mineração do ferro através da Companhia Vale do Rio Doce
O conjunto arquitetônico barroco formado não só pela Igreja da Matriz, mas também por casas antigas ao redor da Praça Monsenhor Mendes, entre outras construções, traz para o presente a história do passado da pequena e bucólica cidade mineira.
Para proteger este rico acervo histórico, cultural e religioso, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) tombou todo o perímetro urbano de Catas Altas. O conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário do Caraça, a Praça Monsenhor Mendes e a Igreja Nossa Senhora da Conceição são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Além disso, o Parque do Caraça, de propriedade da Província Brasileira da Congregação da Missão, situado no município de Catas Altas Altas (parte dele em Santa Bárbara), também foi transformado em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), outra medida que visa preservar a área.
O tombamento do acervo é importante porque impede que as construções antigas sejam substituídas ou modificadas, paralisando o processo de destruição das preciosas construções, e preserva a memória da cidade.
Catas Altas é, sem dúvida, uma cidade privilegiada: ao perceber a importância da identidade cultural de seu povo para construção da cidadania e da nação, afirma-se como uma enciclopédia viva de sua própria história e da história de Minas Gerais .
Capela do Bom Jesus de Matozinhos ou do Senhor do Bonfim– Séc.XVIII
Situada na rua Direita, esta pequena capela data do final do século XVIII. Construída em madeira e pau a pique, apesar da simplicidade do interior possui uma fachada interessante.
Em seu interior tem-se a representação da Paixão de Cristo em rocaille (elemento usado no estilo rococó), com o açoite, escada, esponja de fel, coluna, cana verde e a cruz. Nas extremidades tem-se mais quatro rocailles, onde se inserem a coroa de espinhos, cravos, martelo e turquês. A arquitetura da Capela, do século XVIII, é despojada e simples, tendo no altar a escultura de Cristo Crucificado. Usada para velórios, mas também para reunião de grupos de orações .
Um Bom Natal para todos vocês e que 2007 nos traga muita PAZ
Um abraço
Isabel Lago
A quase totalidade das informações sobre Catas Altas foram extraídas do sítio da Prefeitura www.catasaltas.mg.gov.br
BARBOSA, Waldemar de Almeida, ob.cit
www.estradareal.org.br.
Ver n. 154
Sítio da Prefeitura
Sítio da Prefeitura www.catasaltas.mg.gov.br.