RESGATADA
A BICENTENÁRIA FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO EM
MATOSINHOS.
Escreveu
José Cláudio Henriques:
Está de volta a bicentenária Festa
do Divino Espírito Santo de Matosinhos. Neste ano as festividades e solenidades
se realizaram de 22 a 31 de maio de 1998, sendo que de 22 a 28 de maio foram
dias de reflexões nas Comunidades. O tríduo comemorativo ocorreu
nos dias 29, 30 e 31 de maio.
Há três meses uma comissão
vinha trabalhando incansavelmente para reviver contagiantes momentos da famosa
festa daquela época, autorizada em forma de Jubiléu pela S. Santidade
o Papa Pio VI em 06 de abril de 1783.
Tudo foi minuciosamente resgatado e repetido, numa
congruência perfeitas. As famosas danças daquela época foram
realizadas por grupos folclóricos como o Grupo Raízes do São
Geraldo, Grupo Folclóricos do SESI e pó grupos de Congada e Folia,
este último em número de sete. Aliás os grupos de Congada
e Folia, muito bem fardados por sinal, eram recebidos um a um pelo imperador
eleito da festa, o Doutor Ulisses Passarelli, grande conhecedor do dito folclore,
gente de nossa terra e que hoje exerce a profissão de dentista em Natal
(RN).
A cavalgada que naquela época, saía
pelas ruas da cidade com a bandeira do Divino em punho, anunciando a solenidade,
também foi copiada com sucesso e realizada no sábado, dia 30, capitaneada
pela vereadora Sonia Coelho. No mesmo sábado a noite, a festa foi abrilhantada
pela banda de música do glorioso 11BMTH.
No domingo seguinte, o dia maior da festa, o sucesso
foi garantido pelo amanhecer de um lindo dia azul-anil. Alvorada festiva com
fogos e banda de música municipal, harmoniosamente instalada no lindo
coreto projetado e construído pelo senhores Altivo Berg e Nelson Abreu,
competentes artistas da madeira. Até mesmo em bairros distantes de Matosinhos
ouviam-se os folguedos. Um mastro principal de 15 metros de altura, colorido
de vermelho e branco, cores do Divino, aguardava no adro da igreja a chegada
dos grupos folclóricos para a colocação dos mastros-companheiros
que pouco a pouco iam sendo colocados em seus devidos lugares, suportando na
ponta, a bandeira ou o quadro de cada grupo folclórico. O maquinista do
trem das Águas Santas que neste dia passou defronte a igreja por quatro
vezes, parece ter querido repetir o apito festivo do trem que naquela época
fazia inúmeras viagens da estação ferroviária do
centro de São João del-Rei para a estação ferroviária
de Chagas Dória em Matosinhos, transportando os romeiros. Houve danças
e cantos durante todo o dia, intervalado pela banda de música da cidade
de Barroso. Foram servidos gratuitamente cerca de oitocentos pratos de comida
aos visitantes, muitos deles de Conselheiro Lafaiete, Barbacena, Barroso Resende
Costa, Coronel Xavier Chaves, e diversas outras cidades circunvizinhas.
As 15 horas, o momento culminante da festa: - O
Cortejo Imperial que saiu da Rua Antonio Rocha, desfilou por parte dos caminhos
de outrora, ou seja: desceu o Córrego do Lenheiro no sentido da Praça
Pedro Paulo, foi-se dar na ponte do Beltrão, atingiu a Rua Bernardo Guimarães
e finalmente chegou a Praça do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. As mencionadas
vias urbanas estavam todas enfeitadas de bandeirinhas e pisos pintados com Viva
o Divino Espírito Santo. No mesmo momento em que o povo aplaudia, jogavam-se
pétalas de rosas que brilhavam sob a luz solar, as quais se depositavam
no Imperador eleito que estava de terno e gravata, no imperador perpétuo,
que é o Santo Antonio, luxuosamente transportado numa liteira ricamente
adornada, e especialmente encomendada para ele. Na retaguarda vinham silenciosamente
os Grupos Folclóricos, a multidão e as bandas de música
tocando sem parar. O lindo cortejo adentrou-se pela Matriz do Senhor Bom Jesus,
onde o Imperador eleito foi coroado pelo pároco Padre José Raimundo,
que dirigiu a magnífica missa solene acompanhada pela orquestra Lira-São-Joanense.
A festa encerrou-se com fogos de artifícios
em agradecimento a todos os presentes e a Comissão organizadora composta
dos seguintes elementos: Padre José Raimundo- Pres.da Comissão,
Padre Nélio - Vigário, Osni Paiva - Coordenador Geral, José Cláudio
Henriques- Informativo, Ulisses Passarelli - Imperador eleito, Ma. Aparecida
de Sales e Lutero Castorino - Folclore, Dr.Luiz Dangelo e Sebastião Jacob
- Divulgação, Altivo Berg e Nelson Abreu- Infra-estrutura, Grupo
de renovação carismática cristã e Equipes de liturgia
da Paróquia do Sr. Bom Jesus de Matosinhos.
José Cláudio
Henriques é Administrador de Empresas, membro do Instituto Histórico
e Geográfico de São João del-Rei e funcionário
da Telemig
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