HISTÓRIA REGIONAL

COLUNISTA - JOSÉ CLÁUDIO HENRIQUES


CARNAVAL DE ANTIGAMENTE
Por José Cláudio Henriques*
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Não é da minha época, mas o que mais se falava no carnaval de antigamente era no Zé Pereira e nos limões perfumados. O Zé Pereira era espécie de uma prévia do carnaval, porque naquela época não tínhamos tantos blocos carnavalescos como hoje. Os limões perfumados eram feitos de cera recheados de perfume, para jogarem uns nos outros.
Segundo Ângelo Oswaldo, historiador e ex Secretário de Cultura de MG, foi no ano de 1865 que o Zé Pereira chegou a Minas. O Zé Pereira era um homem fantasiado, que a toque de caixas, saía antes dos dias de carnaval e era acompanhado pela multidão em frenéticas algazarras. Do Zé Pereira surgiram os blocos carnavalescos aqui em São João. No bairro de Matosinhos, o falecido José Rodrigues lembrava muito bem e até cantava o primeiro samba, segundo ele, do Bloco Carnavalesco “Aldeia Africana”, cujo líder era o Zé da Igrejinha, nascido no Alto do São Geraldo e que veio morar na Vila Santa Terezinha nos primórdios dos anos de 1940. A partir do ano de 2002 foram criados diversos outros blocos carnavalescos, que hoje fazem do carnaval de São João del Rei, um carnaval de 12 dias.
No principio do século XX já era animado o carnaval de São João del Rei. Existia o “Clube X” comandado por Carlos Guedes, José Belini dos Santos, Dermeval Sena, José Viegas e Major Américo Santos. Seu reduto era a Rua Santo Antônio. Da antiga Prainha, hoje Rodoviária Velha, saíam o “Boi-Gordo”, da família Diláscio, e o “Custa mais Vai”, que posteriormente foi encampado pelo Ginêgo do Tejuco. Tinha também o “Clube dos Quarenta”, comandado pelo Álvaro de Souza, e o rancho “Prazer das Morenas”, dirigido pelo Eduardo Câncio e Zé da Igrejinha. Naquela época, oficiais e praças se misturavam no animado carnaval, sendo que o 51º Batalhão de Caçadores, atual 11ºBIMth, emprestava belos cavalos que desfilavam como abre alas e comissão de frente das agremiações. Os salões dos clubes eram muito frequentados. O fim de noite ou o amanhecer era no Café República, o tradicional cabaré da cidade, que ficava perto do Posto Strefeze. O corso carnavalesco não faltava durante o dia. Eram filas de automóveis como os famosos “Ford29”, de capota abaixada, jogando confetes, serpentinas e limões de cera.
Até o ano de 2003, São João possuía quinze Escolas de Samba: - Qualquer Nome Serve, Falem de Mim, Largo da Cruz, Imperatriz da Rua do Barro, Depois eu Digo e Vem me Ver do Tejuco, União do Bonfim, Girassol e Arco Íris de Matosinhos, Vira-Vira do Bela-Vista, São Geraldo, Bem me Quer da Rua do Barro, Metralhas e Coração Rubro-Negro do largo do Carmo, Bate-Paus do Senhor dos Montes (na época saia como Bloco)  e Unidos da Ponte do bairro COHAB.

FIM.

 

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